O mercado da cerveja artesanal vive uma de suas melhores fases em Santa Catarina. O Estado possui o equivalente a uma cervejaria para cada 89,7 mil habitantes, a segunda melhor proporção do país conforme a Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva). E a tendência é crescer ainda mais. Especialistas do setor e até empresários têm a expectativa de crescimento de 20% e 25% até dezembro.

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Se a projeção se concretizar, o Estado que hoje é casa para 78 cervejarias terminará 2018 com pelo menos 100.

Levando em conta toda a cadeia produtiva e consumidora do segmento, desde o fabricante até o lojista que vende o produto final, o potencial de crescimento é ainda maior. À frente da Associação das Micro Cervejarias Artesanais do Estado (Acasc), Alexandre Mello calcula uma alta de até 60% em um ano. Para Carlo Lapolli, presidente da Abracerva, no entanto, esse percentual é audacioso:

– Sou um pouco mais conservador. O número de cervejarias não reflete, necessariamente, no volume de mercado. Existem bares, por exemplo, que possuem a própria cerveja. O volume de vendas deles será menor que o de uma fábrica – explica.

Artesanal responde por 3% do segmento

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Lapolli acredita que Santa Catarina deve seguir a média nacional. Em 2017, o número de cervejarias artesanais cresceu em torno de 20% no Brasil, passando de 493 para 679. Uma alta expressiva na avaliação do presidente da Abracerva, que compara o progresso do setor de 2015 para frente, ano em que, segundo empresários, a produção embalou, mas ainda não ultrapassava os 17% de alta.

– A cerveja artesanal representa cerca de 3% do mercado (nacional) da cerveja, e em termos de volume, cerca de 1% a 1,5% do faturamento. Dependendo do ambiente econômico, da desoneração tributária para baixar os impostos, esse cenário daqui uns 10 anos pode ser 8% a 10%. Isso seria o ideal. Praticamente um crescimento de quatro ou cinco vezes o que é hoje – projeta Lapolli.

Santa Catarina, tida como um dos berços da cerveja artesanal, ostenta um mercado mais maduro. Prova disso são visitas como a da comitiva da República Tcheca essa semana na Capital do Estado e também em Blumenau, que abre hoje mais uma edição do Festival Brasileiro da Cerveja.

– Dependendo do nível de parceria, há chance de conseguir uma boa parceria a nível de importação de equipamento e tecnologia. A República Tcheca é um dos grandes ícones e pode ajudar nessas transações, até na exportação de produtos brasileiros e, consequentemente, catarinenses para o mercado europeu – avalia o presidente da Acasc, Alexandre Mello.

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Colaborou Lucas Paraízo

Festival traz o mundo cervejeiro para Blumenau a partir desta quarta-feira