A criação com apego ganhou destaque há poucas semanas, quando a revista norte-americana Time estampou na capa uma mãe amamentando o filho de três anos. O garoto usava um banquinho para alcançar o seio materno. Amamentar filhos maiores é visto com preconceito, e não só nos Estados Unidos. Sheila Medeiros, 34 anos, formada em Biologia, é mãe de Caetano, quatro anos. Ele mamou no peito até os três anos e nove meses.

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– Ele parecia um bezerrinho, adorava mamar e eu nunca vi a necessidade de desmamá-lo, a não ser agora, quando ele começou a frequentar a escolinha – conta Sheila.

Mesmo confiante de que esta era a melhor alternativa, Sheila diz que sofreu preconceito até da própria família.

– Você precisa estar muito segura de que isso é o melhor para seu filho. Caso contrário, não aguenta a pressão – comenta.

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A bióloga optou por parar de trabalhar quando Caetano nasceu e dedicou seu tempo de forma integral ao garoto. Mas ressalta que foi uma escolha consciente.

– Não adianta nada você ficar em casa se não dedicar seu tempo para o filho. Nós interagimos muito, brincávamos na praia, jogávamos futebol todos os dias. Se for para deixar a criança o dia inteiro na frente da TV, não adianta você parar de trabalhar – comenta.

Com relação à amamentação prolongada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza aleitamento exclusivo até os seis meses de idade. E recomenda que as crianças continuem sendo amamentadas no peito por até, pelo menos, dois anos.

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– Não há estudos que apontem prejuízo às crianças que são amamentadas acima de dois anos. O momento de parar é uma decisão entre mãe e filho e está muito relacionada a fatores culturais -, diz a pediatra Graziete Vieira, do departamento de aleitamento materno da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Já a médica Marina Rea, do Comitê Nacional de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, diz que a relação emocional que existe na continuidade da amamentação da criança maior merece mais estudos:

– Fala-se em crianças menos estressadas e menos agressivas. Mas não há comprovação científica desse fato.

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Regras

Sete regras que devem ser seguidas para criar filhos felizes, saudáveis e com “bom caráter”, segundo a “criação com apego”

1 – Carregar o bebê próximo ao seu corpo, em um sling (faixa de pano retangular com argolas na extremidade que permite que o bebê seja carregado juntinho ao corpo da mãe ou do pai), por exemplo;

2 – Começar o contato com seu filho logo após o parto;

3 – Acreditar no choro de seu filho (e confortá-lo sempre), pois enquanto a criança é pequena, é mentalmente incapaz de qualquer manipulação. Ou seja: ela não chora para chamar a atenção. Chora porque tem alguma necessidade que não foi satisfeita;

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4 – Amamentar enquanto a criança quiser;

5 – Fazer uso da cama compartilhada (deixar o filho dormir com o casal);

6 – Tomar cuidado com métodos de treinamento para bebês (como o que diz para amamentar a cada duas horas ou deixar o bebê chorando por X minutos);

7- Balancear a maternidade / paternidade com as outras áreas da vida (casamento e cuidar de si mesma).

Fonte: pediatra William Sears, no livro The Book Baby