Um tumulto na Penitenciária Industrial de Blumenau, no bairro Ponta Aguda, que começou no fim da noite de quarta-feira terminou ontem com a transferência de sete presos – dois para Jaraguá do Sul e cinco para Criciúma.

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Segundo a advogada Marilu Ribas, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Blumenau, o estopim da confusão foi uma operação pente-fino feita no início da semana e que teria encontrado aparelhos de celular entre os detentos. Em represália, eles teriam destruído colchões e quebrado janelas. Os presos também teriam batido nas grades das celas para fazer barulho.

Na tentativa de conter os presos, a polícia foi chamada, disparando balas de borracha – que teriam ferido sem gravidade seis dos sete presos transferidos. Vizinhos chegaram a ouvir os tiros.

Pela manhã, a Guarda Municipal de Trânsito e o Departamento de Administração Prisional (Deap) bloquearam o acesso à penitenciária, na Rua Silvano Cândido da Silva Sênior. Mulheres dos detentos foram para o local à espera de informações.

O Deap teria dito a elas que se tratava apenas de um procedimento interno. Viaturas do Samu e Corpo de Bombeiros entraram e saíram da unidade.As visitas de familiares, por enquanto, estão proibidas e os advogados também foram impedidos de entrar na penitenciária. A representante da OAB só conseguiu acesso à unidade no começo da noite. À tarde, o Deap informou, via assessoria de imprensa, que o tumulto foi controlado dentro da penitenciária.

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Segunda crise em três meses

Inaugurada no início do ano, a Penitenciária Industrial começou a receber presos em abril. Em agosto, a estrutura enfrentou a primeira crise. Um motim também motivado por uma operação pente-fino e pela proibição de visitas íntimas e sociais foi controlado pela polícia após algumas horas. Quatro detentos ficaram feridos e chegaram a ser levados ao hospital. Como punição, os presos passaram 30 dias sem direito a receber familiares.