Com início às 10h de quarta-feira, com uma hora de atraso ao horário previsto inicialmente, a sessão que analisa a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff invadiu a madrugada desta quinta-feira. Até a meia-noite, 42 dos 71 senadores inscritos para falar já tinham usado seu tempo na tribuna — 15 minutos. Veja o que cada um falou.

Continua depois da publicidade

Ainda restavam, então, 29 parlamentares para falar. Depois que todos discursarem, será a vez do relator do processo na comissão especial, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. A votação ocorrerá logo após o término das manifestações.

Leia mais:

AO VIVO: siga a sessão que analisa o processo de impeachment

Continua depois da publicidade

Decisão sobre direitos de Dilma Rousseff deve sair nesta quarta-feira

Veja o que disseram os senadores após a meia-noite:

Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) – A favor

“Não é nada produtivo apelar para o nós contra eles, ensejar o maniqueísmo que nada vai contribuir para que essa seja uma decisão serena, legítima. Voto pelo prosseguimento do processo por crime de responsabilidade”.

“O nosso presidencialismo tem dado provas de não se haver adaptado”.

“É preciso iniciar a reforma do país pela reforma partidária”.

Omar Aziz (PSD-AM) – a favor

“Fui às ruas e não me omiti. Meu voto é a favor”.

“Ao PMDB, digo que é necessário diminuir o número de ministérios para mostrar que o Brasil vai mudar”.

João Capiberibe (PSB-AP) – contra

“O impeachment não é a solução. Não resolve, só aprofunda a crise. É preciso buscar uma solução pela política”.

Continua depois da publicidade

“O Brasil vai acordar amanhã com dois presidentes, Dilma, afastada, e Temer, interino, sob desconfiança geral. Isso é solução que se apresente? Claro que não. Só existe uma saída: novas eleições”.

“Pesquisa mostrou que 70% dos brasileiros querem uma nova eleição. O povo não quer trocar seis por meia dúzia, quer escolher”.

“Meu voto é contra, na esperança de que chamem novas eleições”.

Lídice da Mata (PSB-BA) – contra

“Este processo se caracteriza como um golpe”.

“Sempre fui uma defensora da democracia, uma militante da esquerda brasileira. Todas as críticas, e tenho muitas, não podem me fazer adotar uma posição da direita que não aceita a perda das eleições”.

Continua depois da publicidade

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) – a favor

“Não há como me posicionar contra a denúncia. Meu voto é favorável”.

“O Brasil precisa avançar, pensar uma alternativa que torne possível enfrentar a crise política”.

Otto Alencar (PSD-BA) – contra

“Não venho aqui fazer crítica a quem mudou instantaneamente de lado, que foi para lado do novo governo, mas venho aqui hoje para declarar meu voto contra”.

“Se eu tivesse que mudar de posição, depois de apoiar o governo durante cinco anos e meio, depois de tanto que a presidente Dilma fez pela Bahia, eu não me consideraria um homem”.

Continua depois da publicidade

“Eu vou até o fim na minha posição política. Reconheço que não há crime de responsabilidade”.

Lindbergh Farias (PT-RJ) – contra

“As elites desse país nunca tiveram um compromisso verdadeiro com a democracia, basta olhar nossa história. Estão votando a favor do impeachment, mas sabem que não houve crime de responsabilidade”.

“Estamos lutando de cabeça erguida porque temos uma causa, que é a inclusão, o povo mais pobre”.

Continua depois da publicidade

“Não vamos reconhecer esse governo, fruto de um golpe. Não aceitamos um governo com essas características. Vai ser um governo que vai retirar o direito dos trabalhadores”.

Paulo Rocha (PT-PA) – contra

“Querem apenas chegar ao poder e não importa quais os meios, inclusive os golpes. O golpe que estamos denunciando é algo sofisticado”.

Maria do Carmo Alves (DEM-SE) – a favor

“Votamos pela admissibilidade do processo”.

Tasso Jereissati (PSDB-CE) – a favor

“O nosso dever, por mais doloroso que seja, é de julgar uma presidente da República que não cumpriu com seus deveres. Ela própria forneceu todos os motivos para ser legalmente impedida”.

Continua depois da publicidade

“Movida pela tentação de manter-se no poder a qualquer custo, cometeu o pecado de mentir para o seu povo. Escondeu da população a real situação da economia”.

Wellington Fagundes (PR-MT) – a favor

“Eu sou um homem de fé e carrego comigo muito otimismo. Creio no trabalho como forma de superar a crise”.

“Que esta experiência sirva para aprimorar e fortalecer nossas instituições. Voto agora pela admissibilidade do processo”.

Continua depois da publicidade

Gleisi Hoffmann (PT-PR) – contra

“Podemos estar à beira de um abismo se utilizarmos de maneira errada os instrumentos institucionais que temos. Tirar uma presidente eleita através do impeachment não é para discutir o chamado ‘conjunto da obra'”.

“Para caracterizar um crime, foram buscar no orçamento público decretos que não foram considerados irregulares pelo TCU. Vários governadores fazem esses decretos. É desproporcional, é punir com pena de morte uma infração de trânsito. Esta régua com que medem a presidenta não medirá outros governantes, é um processo que iniciou com ilegalidades”.

Flexa Ribeiro (PSDB-PA) – a favor

“O ato de impedimento da presidente é constitucional. Vou votar pela admissibilidade do processo de impedimento da presidente Dilma”. “Não podemos mudar o passado, mas podemos construir o futuro”.

Continua depois da publicidade

Paulo Paim (PT-RS) – contra

“Nunca vivi um momento tão constrangedor como esse, uma presidente eleita pelo voto popular ser afastada de forma tão truculenta”.

“Olhem nos meus olhos e me digam qual o prefeito ou governador que não deu pedalada. Se vale para um, por que não vale para outro? Não é sério”.

Roberto Rocha (PSB-MA) – a favor

“O povo do Maranhão é o maior credor do governo que estamos aqui a julgar. Voto pela admissibilidade do processo”.

Continua depois da publicidade

Blairo Maggi (PR-MT) – a favor

“Não estou dizendo que todos os males serão dissipados amanhã. Nós estaremos apenas abreviando um processo que naturalmente iria ocorrer em 2018”.

“O Brasil é de todos nós, e todos nós temos a responsabilidade de gerir o país criando oportunidades para todos. O que estamos fazendo hoje é criar as condições necessárias para isso. Não temos alternativa diferente a essa, portanto meu voto é pela admissibilidade”.

Donizeti Nogueira (PT-TO) – contra

“A presidente Dilma não cometeu crime de responsabilidade, porque o artigo 4º da Lei Orçamentária de 2015 autorizava a suplementação. Falam das pedaladas fiscais, vejam que absurdo”.

Continua depois da publicidade

“O relatório do senador Anastasia não tem consistência. O governo Fernando Henrique fez 101 decretos e não era crime”.

“Precisa repetir 64 porque não ganha no voto. Querem puxar o tapete, dar o golpe”.

José Pimentel (PT-CE) – contra

“Estamos afastando uma presidenta que não cometeu nenhum crime. Quero registrar que esses seis decretos foram acolhidos pelo presidente da Câmara, que hoje está afastado. Três deles não têm nenhuma irregularidade”.

“Tenho clareza de que nós estamos cometendo uma das maiores injustiças quando se tenta atribuir um crime de responsabilidade. Esse processo é resultado de uma chantagem, de um parecer comprado”.

Continua depois da publicidade

Dalírio Beber (PSDB-SC) – a favor

“O relatório do senador Anastasia foi preciso. Convencido da constitucionalidade do processo de impeachment, meu voto é a favor”.

“O eco das ruas foi ouvido e serve de exemplo para o governo que começa amanhã”.

Walter Pinheiro (sem partido-BA) – contra

“O que está em julgamento aqui não é a pedalada fiscal. Estamos diante de um julgamento político”.

“O que vamos votar é a condenação do povo brasileiro, estamos impondo ao povo brasileiro um outro presidente da República sem que ele possa opinar, esse é o golpe”.

Continua depois da publicidade

José Serra (PSDB-SP) – a favor

“Venho aqui dizer que sou a favor do impeachment. Esse remédio é amargo, mas essencial”.

“Sempre reiterei minha posição de que a presidente Dilma não chegaria ao final do mandato. Alguém acha que iríamos chegar a 2018 se recuperando dessa crise, com esse governo?”.

“Ninguém tem a ilusão de que o impeachment vai resolver. Estamos prestes a dar o primeiro passo. Reforma política, ao meu ver, é a solução”.

Humberto Costa (PT-PE) – contra

“Com esse impeachment, estamos pervertendo a Constituição Federal para que os derrotados de 2014 cheguem ao poder”.

Continua depois da publicidade

“O golpe se repete, mas de forma ‘soft’. Estão substituindo os militares pelo PMDB”.

“Este Senado estará derrubando o país que deu certo. Muitos aqui votarão pensando na próxima eleição, nós votaremos pela próxima geração. Nós, do PT, passaremos a ser o maior partido de oposição do Brasil, e não ao Brasil, como o PMDB e o DEM”.

Davi Alcolumbre (DEM-AP) – a favor

“Mais do que fazer história, precisamos refazer um país inteiro. O tempo perdido não voltará, temos que olhar para frente, superar os desafios na busca por um país melhor”.

Continua depois da publicidade

“Este momento ímpar nos enche de esperança pela retomada do nosso crescimento”.

Ciro Nogueira (PP-PI) – a favor

“O governo perdeu a sua capacidade de sustentação. Governo sem uma base mínima de apoio, passa a ser um entrave para o pleno funcionamento do país”.

“Voto a favor do fim da crise, voto a favor do Brasil”.

Ivo Cassol (PP-RO) – a favor

“Meu voto é favorável pela admissibilidade do processo”.

Benedito de Lira (PP-AL) – a favor

“O peso histórico da atual crise é palpável. Estamos enfrentando uma crise econômica brutal”.

“Tendo em vista a posição do meu partido, sou favorável à abertura do processo de impeachment”.

Continua depois da publicidade

Romero Jucá (PMDB-RR) – a favor

“Não quero falar aqui de pedalada, porque pedalada parece algo bom para a saúde. Quero falar de crime fiscal. Foram três decretos, três impressões digitais para caracterizar um crime”.

“Fomos para a campanha com o PMDB dividido, eu não apoiei este governo. Sou economista de profissão e sabia onde iria dar”.

“Vamos mudar a rota do navio mudando o comando, para que o navio não afunde”.

Edilson Lobão (PMDB-MA) – a favor

“A votação de hoje não encerra o processo, mas autoriza a abertura dele”.

Raimundo Lira (PMDB-PB) – a favor

“Voto pela admissibilidade do processo”.