Nem sempre é preciso fechar os olhos para sonhar. Com eles bem abertos, a blumenauense Cleide Maria de Souza Kühl, 35 anos, olha para a nova pista de atletismo do Sesi e imagina o dia em que vai pisar ali pra valer. Não vai demorar. Dia 13 de setembro, ela, que é operadora de triagem dos Correios, e os outros trabalhadores participantes do Meeting Sesi entrarão para a história como os primeiros competidores do local.

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O chão, onde antes havia saibro, ganhou uma espécie de borracha. Agora, também tem cor. Cleide preferia azul e branco, mas não deixou de admirar a mistura dos tons azul turquesa e marinho. A verdadeira beleza, segundo ela, está no significado de tudo.

– Nem dá para acreditar que temos uma pista dessas em casa – afirmou a atleta, que em breve poderá ver, no mesmo local, nomes consagrados como Maurren Maggi (salto em distância), Fabiana Murer (salto com vara) e Jadel Gregório (salto triplo).

A vinda deles ainda não é certa, porém muito provável. Depois de um investimento de R$ 5,046 milhões, o Sesi está apto para receber grandes disputas nacionais e até mesmo internacionais.

– Essa é uma pista classe B, que pode receber competições de nível sul-americano. Ainda não existem tratativas, mas um Troféu Brasil pode perfeitamente ser feito em Blumenau – afirmou o gerente-regional do Sesi, Hermes Tomedi.

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Segundo ele, a intenção é trazer um grande evento até o final do ano. Para novembro, está previsto o Sul-Brasileiro, que deve inaugurar a pista oficialmente. O Meeting Sesi servirá para testar o local, que nesta quarta-feira recebia alguns acabamentos, como a pintura das raias e setores de partida e chegada.

Cleide, atual campeã dos Jogos Mundiais da Confederação Esportiva Internacional do Trabalho, está pronta para colocar as sapatilhas na pista. Só lamenta não ter mais a companhia do pai, Waldemar Tiago de Souza, defensor ferrenho da modalidade. Ele morreu em março do ano passado, aos 69 anos, e nem sequer viu as obras começarem.

– Prometi que ia continuar no atletismo, levar o nome dele e é isso que vou fazer nesta pista – afirmou a caçula de 16 irmãos.

O sobrinho, Daniel Ferreira de Andrade, também compete no Meeting e deve abrir a competição na prova dos 3 mil metros. Cleide busca o recorde da competição nos 400m e 1.500m. E está otimista.

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– Nesta pista é possível ser mais veloz – garante.