Como esperado, os sérvios da Bósnia decidiram, neste domingo (25), manter sua própria “festa nacional”, questionada pelos bósnios muçulmanos – anunciou o chefe da “Republika Srpska”, Milorad Dodik.

Continua depois da publicidade

Estimulado pela Rússia, o líder dos sérvios da Bósnia, Milorad Dodik, pediu a 1,2 milhão de eleitores que confirmassem se desejavam comemorar a cada 9 de janeiro o nascimento da “República do Povo Sérvio”, proclamada três meses antes da explosão da guerra que deixou mais de 100.000 mortos (1992-95).

“Agora sabemos que os cidadãos confirmaram o 9 de janeiro e sabemos que os cidadãos não quiseram renunciar a essa data”, comemorou Milorad Dodik, em entrevista coletiva no Parlamento da “Republika Srpska” (RS), em Banja Luka (norte da Bósnia).

O líder dos bosníacos, Bakir Izetbegovic, questionou essa “data nacional” com sucesso perante a Corte Constitucional.

A Bósnia nasceu dos Acordos de Dayton de 1995, os quais puseram fim à guerra, e sua coesão existe apenas graças à vontade da comunidade internacional: uma federação e duas entidades, uma croato-muçulmana e outra sérvia, reunidas por instituições cada vez menos respeitadas.

Continua depois da publicidade

Muitos sérvios da Bósnia se reconhecem como pertencentes ao povo sérvio, ou como membros da “República Srpska” (ex-República Sérvia da Bósnia), e não como cidadãos da Bósnia.

O líder dos bósnios muçulmanos, Bakir Izetbegovic, teme que a consulta deste domingo seja um “balão de ensaio” de Milorad Dodik e um primeiro passo para a secessão.

O próprio primeiro-ministro da Sérvia, Aleksandar Vucic, acolheu a consulta com reservas.

Antes da votação, o austríaco Valentin Inzko – alto representante da comunidade internacional e garante do respeito dos Acordos de Dayton – advertiu que os resultados desse referendo não têm qualquer consequência jurídica.

rus/ng/mr/at/me/es/eg/tt