A greve dos servidores da prefeitura de Florianópolis vai completar um mês nesta quinta-feira e o dia será de mobilização dos trabalhadores. Durante a manhã, funcionários da Comcap farão assembleia a partir das 7h, no Estreito, para decidir se também cruzam os braços.
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Ainda pela manhã, o Sintrasem fará uma rodada de apresentações artísticas e atividades físicas na Praça Tancredo Neves, no Centro da cidade, tais como yoga, massagem, boi de mamão e oficinas de dança. Para a tarde, está programada mais uma assembleia da categoria.
Logo em seguida, está marcada uma manifestação em “favor das liberdades democráticas, da liberdade sindical e dos direitos dos trabalhadores”. O ato deve contar com a presença de políticos de esquerda e líderes sindicais do interior do Estado. Também está prevista uma passeata pelas ruas centrais, assim como ocorreu nos dias 7 e 10 de fevereiro. O trajeto a ser seguido ainda não foi informado pelos dirigentes do sindicato.
Na tarde desta quarta-feira, Deonísio Linder, dirigente do sindicato dos trabalhadores do transportes da Grande Florianópolis (Sintraturb), negou que haverá uma paralisação no transporte coletivo nesta quinta-feira, mas disse que a categoria está descontente com a situação, pois muitos cobradores e motoristas estão sem acesso à saúde e os filhos não podem ir às escolas em função da greve. Em função disso, a categoria aprovou em assembleia uma paralisação, o que deve ocorrer na semana que vem, caso a greve liderada pelo Sintrasem continue.
Negociações emperradas
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Na terça-feira, os servidores municipais encaminharam uma Proposta de Lei Complementar (PLC) à prefeitura pedindo a revogação da lei que suspendeu o plano de carreira dos trabalhadores no mês passado. Na proposta, endereçada ao secretário da Casa Civil, Filipe Mello, o Sintrasem sugere alterações que “possam otimizar os recursos financeiros” e ao mesmo tempo, “restabelecer os direitos dos trabalhadores”. Se aceita pela prefeitura, a proposta pode dar fim à greve de 29 dias.
Além da PLC, foi enviado um documento de apresentação, assinado pelos dirigentes do Sintrasem, que afirma que as planilhas com a previsão das finanças para 2017 contêm erros. Entre as imperfeições, os trabalhadores dizem que “quase todas as gratificações apresentadas pela prefeitura como incorporáveis ao vencimento, na verdade, são inerentes aos cargos e funções”.
— Na planilha que nos apresentaram, mostrava que todas as gratificações dos trabalhadores iriam custar R$ 23 milhões para a cidade até o fim do ano. Isso está errado. O valor do salário do magistério, por exemplo, está nessa planilha como gratificação. 60% do pagamento do Plano de Saúde da Família também está nessa lista — afirmou o presidente do sindicato, Alex dos Santos.
Por meio de nota, a assessoria do prefeito Gean Loureiro afirmou que o texto que chegou até a prefeitura “representa a revogação de tudo que já foi aprovado para trazer economia ao município”. Além disso, “o documento pede o retorno de benefícios que o município não tem condições de arcar”.
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