Servidores municipais se reuniram em frente à Prefeitura na manhã desta segunda-feira no primeiro dia de paralisação em Joinville. Dentre as reivindicações na pauta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej), a principal delas é o reajuste salarial deste ano. A categoria pede aumento com base na inflação e mais 5% desde a data-base. Já a Prefeitura oferece a proposta de reajuste baseado na inflação de 1,69%, a ser pago em parcela única em agosto.
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De acordo com o presidente do sindicato, Ulrich Beathalter, a categoria decidiu deflagrar a greve porque, após algumas rodadas de negociação, considerou “inaceitáveis as propostas do governo municipal”. Assim, a decisão de iniciar a greve foi tomada durante assembleia realizada com os servidores na última sexta-feira (15). De acordo com o Sinsej, 2 mil trabalhadores participaram da reunião.
— Iniciamos a greve nas primeiras horas desta segunda e nos reunimos em frente à Prefeitura para testar a disposição do município ao diálogo, já que informou estar aberto a isso. Mas não agendou nenhuma nova reunião conosco — garante o presidente.
Já a Prefeitura informou, por meio de nota, que “lamenta a decisão do Sindicato dos Servidores Municipais (Sinsej) de estabelecer a greve”. O governo municipal informou que apresentou proposta de reajuste salarial com base na inflação de 1,69%, pago em parcela única. Na nota, o Executivo ainda comunicou que propôs o aumento de 4,7% no vale-alimentação da categoria.
“Com isso, o valor deste benefício passa de R$ 296,75 para R$ 310. Além disso, foi dada a gratificação de interiorização aos agentes comunitários de saúde e alteração na tabela salarial do magistério”, afirmou em nota.
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Além da campanha salarial, na pauta do Sinsej ainda entram outros 23 itens, dentre eles, o reajuste do vale-alimentação para o mesmo valor da cesta básica apurado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o direito a licença-prêmio e da venda de um terço de férias. Além disso, a categoria também incluiu na pauta outros três itens que não teriam sido cumpridos de acordos anteriores.
— Além disso, reivindicamos também a retirada de direitos previstos na legislação, como a ameaça da retirada da hora-atividade — defende Ulrich Beathalter.
No texto encaminhado à imprensa nesta manhã, a Prefeitura ainda informou que “continua aberta ao diálogo e espera que o sindicato reveja a decisão tomada, pois prejudica a população joinvilense” e também que os dias de paralisação serão descontados dos servidores que aderirem à greve.
Durante a segunda e a terça, os comandos de greve do sindicato devem ir até os postos de trabalho para fazer o chamamento aos servidores, para aderirem à paralisação. Após a ação, está agendada uma grande assembleia em frente à Prefeitura – o ato deve ocorrer nesta quarta-feira (20), às 9 horas.
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O aposentado Lino Schmidtt retira medicamentos na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Willy Schossland, no bairro Costa e Silva, com frequência. Na manhã desta segunda, o senhor foi até o local, mas não conseguiu pegar remédios. Ele foi informado que a farmácia da unidade não estava funcionando porque os trabalhadores estavam em greve.
— Eles me falaram que a enfermaria do postinho estava em greve. No outro lugar que eu fui também já estava fechado – contou o aposentado, em entrevista a NSC TV.
De acordo com balanço feito pela Prefeitura, dos 12,5 mil servidores, 479 aderiram à greve. Os setores que mais aderiram à paralisação foram na Secretaria de Educação (354), seguido da Secretaria da Saúde (89). O município ainda afirmou que todas as unidades seguem em funcionamento normal. Já o Sinsej contabilizou a adesão de cerca de mil servidores à paralisação, até o final desta manhã.