A greve dos servidores municipais de Florianópolis, que completou 28 dias nesta segunda-feira, vai continuar por tempo indeterminado. A decisão de dar sequência ao movimento foi colocada em votação em assembleia realizada pelo sindicato da categoria, o Sintrasem, em frente à Câmara de Vereadores. Não houve votos contrários à continuidade da greve.
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Uma nova manifestação foi marcada para a próxima quinta-feira, na Praça Tancredo Neves, quando é esperada a participação de lideranças sindicais do interior para fortalecer o movimento de greve da Capital. A intenção é pressionar o prefeito Gean Loureiro (PMDB) a revogar o projeto que suspende o plano de cargos e salários.
A prefeitura e a direção do Sintrasem têm feito rodadas de negociações desde a tarde de sexta-feira. Mesmo após os encontros de sábado e domingo, além de uma nova reunião na manhã desta segunda-feira, ainda não há acordo entre as partes. A reunião da manhã desta segunda durou cerca de 1h40min e contou com a presença de secretários da prefeitura e do presidente do Sintrasem, Alex Santos.
Ao fim do encontro, ninguém quis dar entrevista e nem foi permitido fazer fotos da conversa. Os dois lados da negociação apenas confirmaram que não houve avanços. Com a greve mantida em assembleia, os servidores agora se mobilizam na formação de uma comissão para tentar dialogar com os vereadores — a Câmara de Florianópolis retoma as atividades nesta segunda com a formação das comissões técnicas.
Greve teve início em 16 de janeiro
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A greve dos servidores municipais de Florianópolis começou a se desenhar em 11 de janeiro, quando o prefeito Gean Loureiro apresentou o “pacotão” de 38 projetos de lei que, segundo ele, visa reduzir custos e equilibrar as contas do município. Entre os pontos do pacote que desagradaram os servidores estava o que previa a revogação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) da categoria, que havia sido firmado em 2014. A revogação do PCCS se confirmou em 24 de janeiro, com a matéria sendo aprovada por 12 votos a favor, contra 11 contrários.
Justiça considera greve ilegal
Na última sexta-feira, a desembargadora Vera Copetti, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), atendeu parcialmente ação da Procuradoria-Geral da prefeitura de Florianópolis e aumentou para R$ 100 mil por dia a multa ao Sintrasem pelo descumprimento da ordem de retorno imediato dos grevistas ao trabalho. A magistrada, porém, negou o pedido de prisão dos diretores do sindicato, que partira da prefeitura. A solicitação ocorreu também em razão do descumprimento de decisões da Justiça.