Após uma assembleia que ocorreu na tarde desta quarta-feira (9), os servidores da saúde, educação e assistência social de Florianópolis decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. 

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Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), entre as queixas dos servidores estão férias canceladas, falta de valorização salarial e falta de investimentos unidades de acolhimento e assistência social.  

De acordo com o sindicato, os profissionais da saúde têm chegado a exaustão por causa da alta demanda de pacientes em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e em Centros de Saúde. Já na Educação, os servidores reivindicam o pagamento do Piso Nacional do Magistério e a transposição das auxiliares para o quadro do magistério. 

Durante a manhã desta quarta-feira, trabalhadores da Comcap também decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em Florianópolis. O sindicato defende um acordo coletivo ligado à data-base e é contrário à contratação de empresas terceirizadas para fazerem a limpeza urbana. Por meio de nota, a prefeitura de Florianópolis afirmou que a greve da Comcap é ilegal e que busca empresas para cobrir as regiões atendidas pela Comcap.

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Prefeitura rebate

A Prefeitura de Florianópolis rebateu as reivindicações e disse, em nota, que houve um investimento na área da saúde durante a alta dos casos da variante Ômicron. No pronunciamento, disse que iria contratar novas pessoas para substituir os funcionários em greve, se necessário.

“Com a estabilização da situação sanitária, a Prefeitura está voltando com a regularização da programação de férias já nas próximas semanas. A Prefeitura reforça a preocupação com as consequências que uma paralisação desta categoria pode causar, e irá realizar novas contratações, se necessário for”, escreveu a nota.

Na nota, a prefeitura também afirmou que regularizou o piso salarial dos profissionais da educação no final de 2021. Segundo o município, o reajuste passa a valer a partir do próximo mês. 

“A atualização do aumento do piso só entrou em vigor pelo Governo Federal há cinco dias, e a Administração Municipal irá realizar o reajuste para o próximo mês, já que a folha de pagamento deste mês já foi finalizada e salários pagos”, explicou.

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O secretário da Casa Civil de Florianópolis, Everson Mendes, definiu a greve como um movimento político e afirmou que não irá negociar com os grevistas. Segundo ele, a prefeitura irá descontar os dias em greve da Comcap e fará o mesmo com os servidores que não retornarem ao serviço a partir desta quinta-feira (09).

— Sobre a Comcap, na região norte e continental continuam sendo atendidas por empresas privadas, eles continuam atendendo normalmente e nós estamos contratando outras empresas para a região sul e leste — disse Mendes. 

Mendes afirmou que a reivindicação por férias dos profissionais da saúde é legítima, mas que a suspensão foi necessária durante a alta de casos da Ômicron, e que agora, deve ser normalizado.

— Já os professores que não forem vamos dar um código de falta injustificada. A gente espera que os servidores retornem ao trabalho amanhã, estão vindo de três meses de negociação, se não voltarem, vamos entrar na justiça para solicitar ilegalidade da greve — afirmou o secretário.

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Surpresa para pais e alunos

As aulas do ano letivo 2022 em Florianópolis começam oficialmente nesta quarta-feira, mas, devido à assembleia, alguns pais e alunos foram surpreendidos ao chegarem em escolas da Capital. 

Na EBM Adotiva Liberato Valentim, localizada no bairro Costeira do Pirajubaé, Mislene Correa, que é mãe da Vitória de 8 anos, deixou de trabalhar para levar a filha à escola no primeiro dia de aula, mas, chegando ao local descobriu que não haveria atividades. 

— Hoje eu deixei de ir trabalhar para trazer ela no primeiro dia de aula e [a escola] nem para avisar. Agora é um dia perdido de serviço e de aula para ela — afirma Mislene. 

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