Palhoça pode começar a próxima semana sem atendimento nos postos de saúde e em outras áreas do setor público. Os profissionais ameaçam entrar em greve caso a prefeitura mantenha a decisão de cortar 20% das gratificações que os efetivos recebem.

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Na área da saúde, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais (Sitrampa) estima que 95% dos profissionais podem cruzar os braços. À reportagem da Hora, o prefeito Camilo Martins adiantou que não pode voltar atrás. Com as contas apertadas e expectativa de queda de até 16% da arrecadação até o fim do ano, Camilo precisa cortar as gratificações para garantir economia de R$ 500 mil até dezembro.

Na segunda-feira, depois de uma reunião com o prefeito, o sindicato decide se entra em greve ou não.

– A gente mantém o estado de greve porque segunda teremos uma reunião com o prefeito, já que hoje [sexta-feira] ele não nos atendeu – diz Luciano Pereira, presidente do Sitrampa.

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Na segunda, às 13h, outra manifestação será realizada na frente da prefeitura. Luciano espera que a greve não se confirme.

– O prefeito se sentiu pressionado. Vamos fazer outro manifesto para pressionar ainda mais e reverter essa situação – acredita.

Camilo se diz entristecido com a postura do sindicato. Ele conta que já tinha tomado outras atitudes para evitar que esse corte precisasse ser feito. A prefeitura começou a economizar papel, instalou GPS nos carros para conseguir diminuir o gasto de combustível, evitando que saiam das rotas previstas, secretários acumularam funções e o salário de todo o primeiro escalão foi congelado.

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– Em outubro achamos que não precisaríamos mais fazer contenção, mas piorou a situação. Tivemos que fazer esse corte linear em todas as gratificações de produtividade de todos os servidores efetivos de todas as áreas, não só da saúde, sem exceção. É uma medida antipopular, mas necessária – avalia Camilo.

O prefeito conta que mandou uma carta pedindo que os trabalhadores revissem a situação.

– Se entrarem em greve, alguns postos de saúde serão fechados prejudicando a população, porque a prefeitura não dispõe de alternativas emergenciais porque não tem recursos – adverte.

Revolta com aumento de comissionados

Os trabalhadores criticam ainda o fato de, em meio a essa crise, a prefeitura enviar para a Câmara de Vereadores um projeto de lei que cria 40 novos cargos comissionados. Para o prefeito, neste ponto, há confusão.

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– Quem está criando cargos é a Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Palhoça), que tem seus próprios recursos e eles só podem ser usadas dentro da própria Samae. Isso já estava previsto. Tem o recurso dela, o gasto é pra ela.