No dia em que a greve completou um mês, os servidores públicos de Florianópolis escolheram, em assembleia, manter a paralisação por tempo indeterminado. A decisão foi tomada de maneira unânime no encontro realizado na tarde desta quinta-feira na Praça Tancredo Neves, no Centro da Capital.
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Após o término do encontro, que contou com a presença de lideranças da esquerda, como a ex-presidenciável Luciana Genro (PSOL), os trabalhadores saíram em caminhada pelas ruas centrais. A passeata iria até a Avenida Beira-mar Norte, porém o sindicato resolveu encurtar o percurso diante do sol e do forte calor. Segundo o Sintrasem, nove mil pessoas participaram do ato. A PM, por sua vez, estimou entre três mil e quatro mil o número de participantes.
O ato teve discursos de sindicalistas e terminou em frente ao Terminal de Integração do Centro (Ticen), por volta das 17h15min. Dirigentes do sindicato dos trabalhadores do transporte público também informaram que devem fazer uma paralisação na próxima semana em apoios aos servidores.
A greve completou um mês hoje e já é a segunda maior da história da cidade. Segundo o presidente do Sintrasem, Alex dos Santos, houve uma greve na década de 1980, no governo de Edison Andrino (PMDB), que durou 45 dias. Assim como hoje, a discussão também envolvia um plano de carreira, cargos e salários (PCCS).
Trabalhadores da Comcap não pararam
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Durante a manhã, os trabalhadores da Comcap decidiram não realizar uma paralisação de 24h em apoio aos grevistas. Mesmo assim, o apoio aos demais servidores municipais, em greve há um mês, foi geral.
— A gente não tá 100% com a empresa, mas sempre que a gente entra greve, quem mais sofre é a gente mesmo. E tem outra coisa, vir aqui fazer assembleia para apoiar a greve da cidade não vai trazer melhora para a gente. Isso é uma briga entre o sindicato e a prefeitura, que está quebrada — afirmou um dos trabalhadores, que não quis se identificar.