A queda de braço entre a prefeitura de Gaspar e os servidores públicos municipais, que pedem o reajuste do vale-alimentação, culminou nesta terça-feira com uma paralisação de 24 horas nesta terça-feira dos trabalhos da administração municipal.
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Cerca de 600 servidores estão reunidos desde o início da manhã em frente à prefeitura para pedir o reajuste de 5,44% no vale-alimentação (VA) e que o benefício não seja retirado da folha de pagamento. Eles alegam que, por lei, o VA faz parte do salário do funcionário público e que é incorporado no salário pelos trabalhadores ao pedir a aposentadoria.
— Estamos há três anos sem reajuste no vale alimentação e pedimos os 5,44% como forma de reaver essas perdas. Nossa data-base é março e na mesa de negociação pediram para que esperássêmos até outubro. Agora, eles dizem que não vão dar o reajuste e ainda fomos informados que o benefício passará a ser pago com cartão — explica a presidente do sindicato que representa a categoria no município, Lucimara Rozanski Silva.
Diante da negativa, os funcionários aprovaram em assembleia na semana passada que entrariam em estado de greve e que nesta terça-feira fariam a paralisação. No final da tarde de segunda, a prefeitura obteve uma liminar determinando que o sindicato mantenha 80% dos serviços essenciais funcionando durante a paralisação. A entidade diz que foi notificada na manhã desta terça, na praça em frente à prefeitura, e que está cumprindo a determinação.
O que diz o Executivo
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O procurador-geral de Gaspar, Felipe Juliano Braz, afirma que o Executivo ainda está fazendo um levantamento sobre os serviços afetados com a paralisação, mas diz que pela manhã, duas unidades escolares estavam fechadas.
Ele argumenta também que a prefeitura mostrou ao sindicato que não tem condições de arcar com um reajuste no VA, “porque a conjuntura econômica do país ainda não apresentou melhora” e que a decisão de tirar o vale da folha de pagamento para que o benefício seja feito por meio de cartões garante uma economia de R$ 1,8 milhão por ano aos cofres do município.
— Só nesta despesa de fazer o depósito do vale alimentação nas contas bancárias dos servidores, gastamos R$ 1,8 milhão por ano. Muitas empresas e prefeituras já adotaram o cartão para o pagamento do benefício, não há porque não fazermos o mesmo.
Sobre o fato de que o vale, ao ser aplicado na folha de pagamento, o VA é agregado ao cálculo dos ganhos ao pedir a aposentadoria, Juliano confirma a prática, que atinge cerca de 1,2 mil servidores. Em contrapartida, ele alega que, ao ser retirado do holerite, parte do vale deixa de ser descontado da folha.
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