A negociação que envolve o reajuste nos salários dos servidores públicos municipais de Joinville vai se estender até depois da Páscoa. Nesta terça-feira, mesmo com chuva, pelo menos mil funcionários lotaram as escadas de acesso à Prefeitura para rejeitar quase que por unanimidade – apenas uma pessoa se absteve – a proposta de parcelamento feita pelo prefeito Udo Döhler.
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O prefeito propôs a reposição da inflação em 4 parcelas: 2% em agosto, 2% em outubro, 2% em dezembro e a diferença para o acumulado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referente à data-base – maio de 2016 – em fevereiro de 2017. No levantamento de fevereiro, o INPC ficou em 11,07% em relação aos últimos doze meses. É provável que o índice não varie mais do que um ponto percentual.
Todos os outros pontos da reivindicação e da proposta da Prefeitura, incluindo o reajuste do vale-alimentação conforme o INPC, com parcela única em maio, ficam dependendo de uma nova proposta salarial.
Como o prefeito viaja nesta quarta para os Estados Unidos e volta no sábado, a segunda-feira será decisiva para que uma nova negociação chegue a um acordo.
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Na assembleia desta terça-feira, os servidores, além de rejeitar a proposta da Prefeitura, aprovaram uma contraproposta que tem dois pontos: a reposição da inflação em parcela única, na data-base da categoria, que é 1º maio; ou a reposição da inflação parcelada, porém não ultrapassando dezembro de 2016 e acrescida de ganho real.
– A proposta da Prefeitura é indefensável, é impensável. Fizemos os cálculos e os servidores teriam prejuízo em relação à inflação – disse o presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter.
A contraproposta foi montada por líderes de cada setor da Prefeitura, num encontro durante a assembleia. O Sinsej vai solicitar nova audiência de negociação na segunda-feira com o prefeito.
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Outra assembleia está marcada para às 9 horas da próxima terça-feira, independentemente de haver nova proposta da Prefeitura. Os servidores também decidiram voltar ao trabalho normalmente na tarde desta terça.
– Vamos levantar a cabeça e lutar pelos nossos direitos enquanto eles estiverem ameaçados – disse o presidente do Sinsej.
Outros ganhos
Na proposta apresentada pela Prefeitura, dois pontos que ficaram em suspenso agradaram aos servidores. Um deles, o reajuste do vale-alimentação, está previsto em lei e será pago em maio deste ano, de acordo com a inflação. A novidade foi a licença-paternidade de 20 dias, benefício que já existia para servidores federais e que Joinville passa a ser um dos primeiros municípios a conceder.
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Reajuste real é “hipótese nula”, diz secretário
O secretário de Comunicação, Marco Aurélio Braga, disse em nome do prefeito Udo Döhler, no final da manhã, que não há possibilidade de haver uma nova proposta com aumento de ganho real.
– Basta olhar os outros municípios. Todas as prefeituras estão em dificuldade. Já estamos fazendo um esforço para garantir o pagamento da inflação. Na maioria das cidades, inclusive Florianópolis, não há reposição nem pela inflação – disse o secretário, lembrando que o prefeito e os secretários envolvidos com a questão devem receber o sindicato para uma nova rodada de negociação na segunda-feira.
Em Florianópolis, exemplo lembrado pelo secretário, uma greve de 17 dias foi encerrada na semana passada após concessão de reajuste de 6%, divididos em parcelas em maio e outubro e duas de 1% em fevereiro e em abril de 2017.
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A proposta
– Reposição da inflação a ser realizada em quatro parcelas: 2% em agosto, 2% em outubro, 2% em dezembro e a diferença para o acumulado do INPC referente à data-base – maio de 2016 – em fevereiro de 2017.
A contraproposta dos servidores
– Reposição da inflação em parcela única, na data-base da categoria, que é 1º maio. Ou a reposição da inflação parcelada, porém não ultrapassando dezembro de 2016 e acrescida de ganho real.
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Em sua primeira contraproposta na campanha salarial de 2016, a Prefeitura ofereceu 2% na folha de agosto, 2% em outubro e 2% em dezembro – sempre o depósito é feito no início do mês seguinte.
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O restante do INPC seria pago em fevereiro: essa parcela ficará em torno de 4%, ainda não é possível apontar com exatidão porque será usado um índice ainda não divulgado.
A Prefeitura também se comprometeu a reajustar o vale-alimentação em parcela única, pela inflação, em maio, mês da data-base. Também foi oferecida a licença-paternidade, de 20 dias.
A alegação do governo Udo para não conceder o reajuste salarial em parcela única foi a dificuldade financeira.
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Logo após a assembleia, o secretário de Comunicação, Marco Aurélio Braga, disse que uma nova rodada de negociação deve ocorrer na segunda-feira, mas garantiu que a hipótese de conceder aumento real é nula.
– Basta olhar os outros municípios. Todas as prefeituras estão em dificuldade. Já estamos fazendo um esforço para garantir o pagamento da inflação. Na maioria das cidades, inclusive Florianópolis, não há reposição nem pela inflação – disse o secretário.
Em Florianópolis, exemplo lembrado pelo secretário, uma greve de 17 dias foi encerrada na semana passada após concessão de reajuste de 6%, divididos em parcelas em maio e outubro e duas de 1% em fevereiro e em abril de 2017.
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