Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, em frente à Prefeitura de Joinville, servidores decidiram prorrogar as negociações do reajuste salarial e manter o estado de greve. Eles lotaram as escadas de acesso à sede do Executivo para decidir se acatavam a proposta do governo, se deflagravam greve ou se estenderiam as negociações. Quase que por unanimidade, a proposta de dar andamento às conversas foi vencedora. Uma nova assembleia foi agendada para 27 de abril.
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– Acho que a decisão de não entrar em greve agora foi madura. Porque não há conjuntura para isso neste momento. Temos claro que não vamos aceitar a proposta da Prefeitura. Ela é inaceitável. Mas essa escolha dá tempo à categoria e ao governo para encontrarmos uma saída – diz o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e região (Sinsej), Ulrich Beathalter.
Na segunda-feira, representantes do governo de Joinville e o Sinsej se reuniram para tentar pôr fim ao impasse, mas não houve avanço. O Sinsej abriu mão do ganho real, mas quer a reposição da inflação de uma só vez. Caso a reajuste seja parcelado, a categoria quer ter ganho real.
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A proposta da Prefeitura, já rejeitada em assembleia na semana passada, é a reposição da inflação em quatro parcelas: 2% em agosto, 2% em outubro, 2% em dezembro e o complemento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) referente à data-base – do período de 1º de maio de 2015 a 30 de abril deste ano – a ser pago em fevereiro de 2016. O índice (INPC) a ser usado como referência para a reposição ainda não saiu, mas deve ficar em torno de 10%.
Para o presidente do sindicato, o posicionamento do prefeito Udo Döhler é incoerente com o que ocorre em outras cidades da região.
– A maior parte dos municípios já concluiu ou está em vias de encerrar as negociações e garantem a inflação em parcela única ou ganho real. Esse é o caso de Itapoá.
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O secretário de Comunicação, Marco Aurélio Braga, disse, em nome do prefeito Udo Döhler, ontem, que não há possibilidade de haver uma nova proposta com aumento de ganho real, mas que a Prefeitura continua aberta a negociar com o sindicato.
– Garantimos o pagamento da inflação para os servidores, mas a nossa condição é de que seja em quatro vezes. Não haverá milagres. Vivemos uma queda forte de arrecadação, mas acreditamos que vamos nos recuperar quando a situação política se acalmar. Por isso, jogamos o pagamento para o segundo semestre – avalia.
Segundo o secretário, a Prefeitura está perto do limite em relação à folha de pagamento, isto é, está gastando 52% da receita com os salários. O limite é de 54%.
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– Não temos muito o que discutir ou por onde melhorar a proposta – finaliza.