Os servidores de Florianópolis rejeitaram, nesta quarta-feira (7), uma nova proposta de negociação da prefeitura e decidiram por manter a greve após quase 10 dias de paralisação. Conforme a categoria, o documento não incluiu “grandes mudanças”, e o sindicato aguarda um posicionamento sobre a futura terceirização dos serviços municipais e aumento salarial. A prefeitura afirma que enviou essa nova proposta no dia 29 de maio, e, agora, “apenas ratificou o texto no tribunal”.
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As discussões ocorrem desde meados de maio, quando a administração municipal enviou uma proposta inicial rejeitada pelo grupo. Até então, não houve nova rodada de negociação, além do novo texto. A greve ocorre em meio à tensão judicial entre a categoria e a prefeitura.
O sindicato pede o cumprimento dos planos de carreira, valorização salarial, concurso público e não privatização e terceirização dos órgãos. O grupo aguarda que a prefeitura “atenda às reivindicações pedidas” e, por não ter as pautas atendidas até o momento, optou por continuar a paralisação por tempo indeterminado.
— Não há uma palavra sobre o fim das terceirizações [na nova proposta]. Não há avanço na valorização salarial. Não há avanço para as auxiliares de sala — afirmou o Sintrasem.
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A prefeitura diz que “não vai se reunir com o sindicato enquanto o mesmo estiver “desobedecendo a justiça”. A prefeitura afirmou ainda estar em fase de contratação de terceirizados para “ocupar as vagas dos grevistas”.
A greve ocorre desde o dia 31 de maio e foi considerada ilegal pela Justiça, que na última sexta-feira deu aval para que a prefeitura demitisse os servidores que aderem à paralisação, além de autorizar a intervenção da Polícia Militar nas manifestações. No sábado (3), a decisão foi publicada no Diário Oficial da União, e uma sindicância foi aberta para apurar a responsabilidade dos servidores no descumprimento judicial que pedia a volta do funcionamento integral dos serviços afetados. O sindicato repudiou a decisão nas redes sociais.
Entenda o que propôs a prefeitura e o que diz a categoria
O novo documento ratificado na Justiça pela prefeitura, ao qual o NSC Total teve acesso, pede que os trabalhadores retornem ao trabalho. Caso isso aconteça, a administração prevê o “pagamento de reajuste de 6%, auxílio lanche ou vale alimentação, edital de concurso público até agosto para cargos do município e novas chamadas do concurso de 2019”.
O Sintrassem, porém, contesta a afirmação e diz que o órgão se coloca de forma muito ampla no documento, sem detalhes sobre as mudanças previstas.
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— A proposta fala em lançar edital de concurso para “os cargos do município” e, apesar de ter uma data, primeira quinzena de agosto, não diz quantos e nem quais cargos são — continuou.
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