Os servidores de Florianópolis decidiram em uma nova assembleia, nesta sexta-feira (2), por manter a greve em tempo indeterminado. A categoria entrará na segunda semana de paralisação, e aguarda um novo posicionamento da prefeitura sobre o aumento salarial dos funcionários e a futura terceirização dos serviços municipais. As discussões ocorrem desde meados de maio, e não registrou uma nova rodada nesta semana.
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O sindicato pede o cumprimento dos planos de carreira, valorização salarial, concurso público e não privatização e terceirização dos órgãos. O grupo aguarda que a prefeitura “atenda às reivindicações pedidas” e, por não ter as pautas atendidas até o momento, optou por continuar a paralisação.
— [A greve] é o nosso último recurso. A categoria não espera fazer greve, espera negociação, estamos dispostos à qualquer momento. A prefeitura, porém, se mostrou intransigente referente às nossas pautas. A gente não foi chamado para novas negociações, e em nenhum momento houve novas propostas — afirmou o Sintrasem.
A prefeitura disse em nota que enviou uma proposta de aumento de salário em 6% e ofereceu outros benefícios aos trabalhadores, mas que os números não foram aceitos pelo sindicato. Essa proposta foi a última enviada, ainda antes da decisão de greve por parte da categoria.
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— O sindicato se diz contra o modelo de organização social nas UPAs [terceirização] mas prova cada vez mais a importância desse modelo de administração — disse o prefeito Topázio Neto em nota.
Primeiro dia de greve de servidores de Florianópolis tem impacto na educação e saúde
A paralisação foi considerada ilegal pela Justiça, que determinou o retorno integral dos serviços sob multa de R$ 100 mil por cada dia de descumprimento no segundo dia de greve. Após a decisão, o Ministério Público recomendou ainda que a prefeitura descontasse os dias não trabalhados dos servidores, abrisse processos administrativos contra eles, e terceirizasse os serviços.
O poder municipal alega que a paralisação é abusiva pois não teria recebido um aviso prévio com 72 horas antes do início da greve e que a manutenção dos serviços essenciais não estaria sendo cumprido. A categoria, porém, afirma ter entrado em estado de greve (o que indica um aviso) antes da decisão final de paralisação.
Serviços afetados com a greve nos últimos dias
A greve dos servidores municipais tem tido reflexos nos atendimentos da área da saúde e educação. De acordo com o último balanço do executivo municipal, divulgado nesta sexta, na área da educação, cerca de 50% dos servidores aderiram a greve. Ao menos 17 unidades não estão funcionando, enquanto 85 atuam de maneira parcial. O restante das escolas segue com atendimento normal.
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Já na área da saúde, 43 centros possuem servidores que aderiram a grave, assim como três Caps e cinco policlínicas. Com isso, há alteração no atendimento de alguns serviços. Na unidade do bairro Agronômica, por exemplo, três médicos estão atuando em procedimentos de urgência e emergência. A vacinação e a farmácia também seguem funcionando no local.
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