A sessão em que a Câmara de Blumenau deve eleger a nova mesa diretora teve novamente a presença de servidores públicos municipais. O grupo, que já havia ocupado o plenário na semana passada, protestou contra a aprovação do projeto que retirou o recolhimento de FGTS para servidores contratados como Admitidos em Caráter Temporário (ACTs).
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Na semana passada, os vereadores se comprometeram a agendar uma reunião entre representantes do sindicato dos servidores (Sintraseb) e do Executivo até esta segunda-feira. O encontro, no entanto, não aconteceu.
O coordenador-geral do sindicato, Sérgio Bernardo, ocupou a tribuna na abertura da sessão e criticou o fato de a reunião não ter sido realizada. Alegou que o líder do governo, o vereador Alexandre Matias (PSDB), teria lhe informado por telefone que o governo considerava o assunto "matéria vencida".
— Retirada de direito não é matéria vencida — criticou na tribuna.
Bernardo criticou projetos de subvenções a organizações sociais,, cobrou valorização a educadores e citou casos de professores que já teriam sido aprovados em concurso público à espera de serem chamados há três anos, mas que nesse período continuam sendo contratados como ACTs – e que a partir de agora, devem ficar sem o benefício.
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— A subsistência desses professores no mês de janeiro era o FGTS — defendeu.
Ao final, o coordenador-geral reivindicou que os vereadores voltem atrás e mantenham o FGTS para os servidores temporários.
Hoje tiraram dos ACTs, ano passado nessa mesma época tiraram dos servidores da saúde. Amanhã vão tirar de vocês, de nós, trabalhadores do serviço público, os efetivos – pressionou o sindicalista, que informou que o movimento pretende continuar protestando contra a retirada do FGTS dos temporários.
O vereador líder do governo, Alexandre Matias, pediu a palavra logo após a fala do coordenador do sindicato, mas informou rapidamente que o município faria ainda nesta terça um pagamento de R$ 7 milhões ao Instituto de Seguridade Social de Blumenau (Issblu), em resposta a um questionamento feito por Bernardo sobre possíveis atrasos para a entidade responsável pela aposentadoria dos servidores.
— O governo entendeu que era matéria vencida. A lei já estava aprovada, sancionada e publicada. Vamos discutir a questão da FG (função gratificada) dos diretores, construir uma nova relação para a frente, mas o que já passou não existe como voltar atrás — argumentou Matias à reportagem.
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