O que não era bom, deve ficar ainda pior. A saúde pública dos catarinenses, que vinha convivendo com falta de profissionais e de material em vários setores, filas de espera, e dossiê de médicos, enfrenta a partir do dia 9, próxima terça-feira, uma greve. A decisão foi tomada nesta tarde, em assembleia dos servidores estaduais. O governo não gostou e a situação poderá ser radicalizada, com o corte do pagamento das horas extras, a chamada hora plantão.

Continua depois da publicidade

Na segunda-feira, um dia antes da decisão, o secretário-adjunto Acélio Casagrande, anunciou que pelo menos por 90 dias, não haveria prejuízos financeiros aos trabalhadores. Não foi o suficiente para convencer os funcionários da saúde, calculados em 2 mil, que depois da assembleia fizeram uma passeata em direção ao prédio da Secretaria de Saúde. A mobilização ganhou peso com paralisações de uma hora nos hospitais da rede estadual.

A diretoria do SindiSaúde, sindicato da categoria, garante que os serviços de urgência e emergências serão mantidos. Casagrande reclamou da decisão a acha que os servidores fecharam as negociações correndo os riscos dela. Afirma que o governo irá garantir o direito de quem quiser trabalhar, cobrará a manutenção dos serviços essenciais e irá cortar as horas extras:

– Não vamos aceitar greve silenciosa, onde o funcionário aparece, bate o ponto e cruza os braços.

Continua depois da publicidade

Garantiu que, apesar da greve, está mantida a reposição de profissionais, como os 13 médicos para o Instituto de Cardiologia do Hospital Regional, e dos 11 pediatras para o Hospital Joana de Gusmão. Disse, também, que dos 611 profissionais concursados pelos menos 382 estão aptos a começar a trabalhar no Hospital Regional, em São José.