Os funcionários da prefeitura de Florianópolis em greve há 21 dias decidiram, na tarde desta quarta-feira (02), continuar a paralisação. Cerca de 5 mil servidores realizaram uma assembleia nesta tarde na praça Tancredo Neves, depois fizeram uma manifestação bloqueando ruas do centro.

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Os grevistas são contra a lei que institui o programa Creche e Saúde Já no Município, já sancionada pelo prefeito Gean Loureiro. No entanto, eles também protestam pela campanha salarial. Nesta manhã, representantes da prefeitura receberam o comando do sindicato da categoria (Sintrasem), quando apresentaram uma proposta. Entre as demandas, os sindicalistas pedem reajuste de 4,51%, vale alimentação de 30 dias por mês no valor de R$ 24 para todos os trabalhadores, plano de carreira do magistério e do civil e a retomada de concursos públicos.

A proposta da prefeitura foi levada à assembleia, que rejeitou por unanimidade. Conforme o sindicato, o executivo ofereceu reajuste de 2% parcelados em duas vezes, aumento de R$ 1 no vale alimentação e desconto de 5 dias parados, sendo o restante reposto. A Lei das Organizações Sociais é considerada assunto vencido pelo governo.

— Se Gean acha que desmobiliza os trabalhadores com ameaças e punições, a categoria já deu provas da força e resistência que tem — declarou o presidente do Sintrasem, Renê Munaro.

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De acordo com o gabinete do prefeito, nesta quinta-feira pela manhã está agendada uma nova reunião entre sindicato e prefeitura. O executivo sustenta que está fazendo sua parte legal, que é descontar os dias parados. A folha de pagamento dos servidores será paga nesta quinta, descontando os 21 dias de greve.

O Sintrasem sustenta que o corte é irregular e prejudicará a reposição das aulas, importante para manter os 200 dias letivos. Que sem pagamento, não haverá reposição. Os funcionários farão uma nova concentração às 15h na Praça Tancredo Neves.

Ministério Público entra com ação para garantir serviços

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ingressou com uma ação civil pública determinando que o Município de Florianópolis tome providências imediatas para garantir o acesso aos serviços na área da educação a todas as crianças e adolescentes. Se necessário for, a prefeitura deve contratar excepcionalmente profissionais habilitados.

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A ação foi ajuizada na segunda-feira (30/4) pela 15ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital, que atua na área da infância e juventude. Na ação, o Promotor de Justiça Júlio César Mafra destaca que a falta de aulas motivada pela greve dos servidores públicos municipais que iniciou no dia 11 de abril, põe em risco o ano letivo dos alunos.