Aplicativo novo, interessante e o que é melhor: de graça. Depois de baixar, você descobre que para utilizar o serviço por completo é preciso pagar e adquirir uma versão superior. Esta é a lógica do modelo freemium, que oferece um produto gratuitamente para atrair clientes dispostos a pagar. O nome vem da junção de free (gratuito) com premium.

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Embora o conceito de oferecer uma amostra grátis não seja novo, a popularização deste modelo no meio digital foi possível pelos baixos custos dos serviços de logística na internet. A ideia é que os poucos clientes pagantes cubram os custos de manutenção do serviço para todos os usuários. E a grande vantagem, de acordo com a consultora de marketing digital, Camila Renaux, é que a taxa de conversão de usuários em clientes é maior. Quer dizer, atraídas pela gratuidade, mais pessoas testam o produto e, com isso, mais clientes podem se interessar em pagar por ele.

Existem vários serviços conhecidos que utilizam o freemium. O aplicativo Dropbox, por exemplo, oferece um espaço limitado para armazenar arquivos em nuvem e incentiva a sua divulgação em troca de mais espaço. O cliente que quer uma capacidade maior assina o serviço. Outro exemplo é o Skype, serviço de chamadas em vídeo e ligações telefônicas cuja versão básica é gratuita, mas é possível customizar o produto pagando por funcionalidades paralelas.

Há, ainda, os aplicativos em que são realizados micro pagamentos por conteúdo ou funcionalidades extra, muito comuns em jogos. Nesses casos, os bens virtuais são vendidos dentro do aplicativo, o que também é chamado de IAP ou In-App Purchases.

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Camila esclarece que embora o usuário do freemium tenha a vantagem de testar um produto para decidir se quer ou não pagar por ele, é preciso estar atento de que não se está adquirindo um produto 100% gratuito.

– A essência é a parte paga, o premium. O free é estratégia de marketing – conta.

Ela ressalta que, para dar certo, a empresa deve dar mais importância à parte paga do que ao gratuito. E é preciso ter uma divisão clara entre essas duas versões.

Qual o melhor fremium para a empresa?

A startup Daily Baby, de Florianópolis, oferece um serviço de acompanhamento da vida e saúde do bebê e apostou no modelo freemium como forma de criar uma base de dados com muitos clientes. Além de conseguir fidelizar alguns deles, que trazem receita para a empresa, a base de informações é relevante para que a empresa faça negócios com outras companhias brasileiras.

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Já a Social Base, startup também da Capital que oferece uma solução de comunicação interna para empresas, percebeu que o freemium não era o melhor modelo para seu negócio.

– Nossa venda é consultiva, você tem que ensinar a pessoa a utilizar a ferramenta, pois ela não enxerga o valor – conta o presidente da empresa, Radamés Martini.

Ele acrescenta que é preciso avaliar se existe estrutura que suporte esse modelo, pois quanto mais gente usando, maior é o custo de manutenção.

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A empresa pretende investir em outro tipo de freemium, que é o teste gratuito. Ou seja, durante um período determinado o usuário pode utilizar o serviço completo e só passa a pagar, se quiser, ao final desse período.

– Acredito que aqui no Brasil essa alternativa é a que está dando mais certo. Devo voltar a usá-la – diz o empresário.