Quem frequenta salões de beleza sentiu no bolso o aumento do preço dos serviços. A maior procura, qualificação do mercado e a elevação dos preços dos insumos impulsionaram uma alta de 18,31% nos serviços de estética em Blumenau nos últimos 12 meses, conforme cálculo do Índice de Variação geral de Preços (IVGP). O valor é quase quatro vezes a inflação geral do mesmo período, que fechou em 5,43%.

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Se há mais procura, há mais qualificação e profissionais chegando ao mercado. É o caso de Luciana Pereira, 33 anos, que se formará no curso Técnico em Estética do Senac em junho. A partir daí estará apta para aplicar tratamentos corporais e faciais.

Auxiliar de esteticista e apaixonada pela área de saúde, resolveu investir na profissão pois acredita que a estética é uma forma de manter a saúde. Para ela, este ramo está entre as profissões do futuro. Há dois meses, montou o próprio negócio:

– Ainda está no começo, mas com este curso e os próximos, pois temos que nos especializar cada vez mais, sei que vou conseguir crescer. O mercado também está crescendo bastante. Hoje, podemos dizer que as descobertas na área da estética é maior que o da medicina.

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A professora de Luciana, Daniela Bernardt Lenzi, conta que a procura pelo curso técnico no Senac vem crescendo nos últimos anos. Quando abriu, há sete anos, eram duas turmas. Hoje, já são quatro. Ela explica que houve uma melhoria significativa na qualidade dos serviços, o que implica num custo mais alto.

Daniela diz que o mercado está exigindo profissionais qualificados, com equipamentos mais modernos e técnicas avançadas. Outro fator é o aumento na fiscalização, além da exigência de itens para segurança do profissional e cliente, como protetores e máscaras descartáveis.

– Os clientes têm à disposição serviços cada vez melhores, gerando um resultado muito mais eficiente, mas isso acaba impactando no preço. Antes havia muita gente desqualificada que cobrava preços impraticáveis, mas isso está mudando – explica Daniela.

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O mercado de estética no Brasil ganhou força com a crise na Europa, que deixou o país no centro das atenções das empresas multinacionais, explica a coordenadora do curso de Cosmetologia e Estética da Univali, Maria Enói dos Santos. Ela conta que o Brasil é o terceiro maior mercado de beleza do mundo, atrás dos Estados Unidos e Japão. Com a crise, houve elevação de preços nos produtos trazidos ao Brasil. Segundo Enói, seria uma forma de compensação, já que os principais mercados arrefeceram.

A professora explica que além dos produtos, os gastos com locação e profissionais ocupam a maior parcela na composição dos preços. A lei da oferta e da procura também pesou.

– A procura também aumentou muito. Os brasileiros deixam de fazer outras coisas para poder ir ao salão. Os homens também estão procurando muito os serviços de estética – afirma Enói. (colaborou Daniela Pereira)

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Confira a reportagem completa na edição do Santa desta quinta-feira.