A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 2,1% em julho deste ano ante igual mês de 2014, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Trata-se do pior desempenho para um mês de julho em toda a série, iniciada em janeiro de 2012. Em junho de 2015, o crescimento também foi de 2,1% no mesmo tipo de confronto.
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Com o resultado de julho, a receita bruta do setor acumula alta de 2,2% no ano. Já em 12 meses, o avanço é de 3,3%, o menor desde o início da série, que começou em janeiro de 2013 neste tipo de comparação.
Esta é a última publicação da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) apenas com dados nominais. A partir do mês que vem, o IBGE passará a anunciar índices de volume (ou seja, descontando a inflação) para os confrontos interanuais, acumulado no ano e acumulado em 12 meses. A série retroagirá até janeiro de 2012, quando tem início.
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Ainda não haverá divulgação de dados com ajuste sazonal (mês contra mês imediatamente anterior), pois, segundo o IBGE, a dessazonalização requer a existência de uma série histórica de aproximadamente quatro anos.
O setor de serviços segue acompanhando a desaceleração de outras atividades econômicas, principalmente indústria e comércio, que pioram desde o início do ano, afirmou Roberto Saldanha, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
– Os serviços estão acompanhando o processo de desaquecimento que temos observado em outros setores, principalmente indústria e comércio – disse Saldanha.
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Além disso, o ajuste fiscal dos governos também tem afetado a demanda por serviços, notou o técnico.
– A indústria é o principal demandante (de serviços), seguida do próprio governo. Na medida em que a indústria está passando por fase de desaquecimento e o governo por contenção de gastos, isso se reflete em menos contratações de serviços. São serviços de transportes, de consultoria, serviços que normalmente são terceirizados. Todos eles sofrem uma retração em função dessa demanda desaquecida – explicou.
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A retração no poder de compra das famílias também afeta a receita dos serviços, listou o técnico. Em julho, o rendimento médio dos trabalhadores caiu 2,57% em relação a igual mês do ano passado, enquanto a massa de rendimentos habitual encolheu 3,48% no período, de acordo com dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que investiga o mercado de trabalho nas seis principais regiões metropolitanas do país.