O primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, chamou o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia de “tribunal político” que fracassou na reconciliação dos povos da ex-Iugoslávia, no dia seguinte à absolvição do líder ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj.
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“O tribunal fracassou em alcançar um dos objetivos que havia fixado, a reconciliação da ex-Iugoslávia. De fato, inúmeros veredictos demonstraram que este tribunal atua principalmente como um tribunal político e não como uma instituição jurídica”, declarou Vucic à imprensa em Belgrado.
Os juízes do TPII absolveram na quinta-feira o ultranacionalista sérvio Vojislav Seselj das nove acusações de crimes contra a humanidade e de guerra que pesavam sobre ele, uma sentença considerada vergonhosa pela Croácia.
Seselj, que assumiu sua própria defesa, não era “o chefe hierárquico” das milícias de seu partido e, portanto, segundo o veredicto, não pode ser considerado responsável penalmente pelos crimes cometidos.
O Ministério Público acusava Seselj, conhecido por sua violência verbal, de ter “propagado uma política para reunir todos os territórios sérvios em um Estado sérvio homogêneo, que chamava de Grande Sérvia”.
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A reação da Croácia não demorou a chegar. O primeiro-ministro, Tihomir Oreskovic, a considerou uma “sentença vergonhosa”. “É um fracasso do tribunal de Haia e do Ministério Público”, acrescentou Oreskovic.
O Ministério Público afirmou que as vítimas das guerras que devastaram a ex-Iugoslávia nos anos 1990 “ficarão decepcionadas” e acrescentou que examinará a sentença para decidir se recorrerá dela.
* AFP