Em campanha para tentar voltar à prefeitura de São Paulo, o tucano José Serra negou que tenha quebrado um compromisso com seus eleitores ao abandonar o cargo em 2006 para disputar o governo do Estado e disse que o documento que assinou para prometer que cumpriria o mandato era “um papelzinho”.

Continua depois da publicidade

– Primeiro, eu não assinei nada em cartório. Isso é folclore – disse Serra em entrevista à Rádio Capital, nesta segunda-feira.

E complementou:

– Houve um debate, uma entrevista. O pessoal perguntou: “Se o senhor for eleito prefeito vai sair para se candidatar à Presidência?”. Eu disse que não. “Então assina aqui”. Eu assinei um papelzinho. Não era nada… Eu estava dizendo a absoluta verdade.

Em setembro de 2004, quando disputava a prefeitura, Serra assinou um documento durante sabatina do jornal Folha de S. Paulo em que se comprometia a “cumprir os quatro anos de mandato na íntegra, sem renunciar à prefeitura para me candidatar a nenhum outro cargo eletivo”. Em 2006, ele interrompeu seu mandato para concorrer ao governo do Estado e foi eleito.

Continua depois da publicidade

A saída de Serra da prefeitura tem sido criticada com frequência por um de seus principais rivais na pré-campanha, o petista Fernando Haddad. O ex-governador evitava responder às provocações, mas ontem, segunda-feira afirmou que espera “que os adversários tenham algo mais a dizer”.

– Se forem fazer campanha só na base de que o Serra vai sair se for eleito, é muito pouca coisa para a nossa cidade – rebateu.

Começa a ser feita nesta terça uma série de ligações de telemarketing em que uma gravação de Serra pede votos a filiados do PSDB. O próprio ex-governador passou a telefonar para líderes dos diretórios zonais do partido que ainda resistem a apoiá-lo.