As praias estão para o verão, assim como a serra está para o inverno, correto? Mais ou menos. Outras regiões de Santa Catarina têm atraído turistas, especialmente os próprios catarinenses, na época mais fria do ano. É evidente que os locais de altitude recebem a maioria dos visitantes, principalmente se a temporada for caracterizada pela chance de neve. Mas as paisagens, as atrações e a gastronomia de outras quatro áreas definidas pela Santa Catarina Turismo (Santur) também chamam a atenção pelo potencial turístico: o Caminho dos Canyons (Extremo Sul), os Encantos do Sul (Litoral Sul), o Vale do Contestado (Planalto Norte) e o Caminho dos Príncipes (Norte).
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Atraídos por termômetros que registram números negativos no inverno, os visitantes da Serra são, em sua maioria, moradores do Estado. Para o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo em SC, Kid Stadler, é como se o catarinense se voltasse para o interior nesta época do ano.
– A Serra Catarinense despertou. Com a enologia, já temos inclusive um roteiro de vinhos. Os hotéis-fazenda, que também são muito bons, não precisam estar na Serra, como comprova o município de Gaspar, por exemplo. Eles têm programações semanais e têm mantido esse público – afirma Stadler.
Opinião semelhante tem o professor de Turismo e Hotelaria na Universidade do Vale do Itajaí Athos Henrique Teixeira, que destaca a questão cultural, a natureza e a infraestrutura do Estado, muito propícias à prática turística em quase todas as regiões.
– Há todo esse movimento interessantíssimo de ir para as mais variadas regiões. Quem está no litoral vai para Serra, Meio-Oeste, Oeste ou até Treze Tílias, que se torna um destino muito simpático e com bastante atratividade para as pessoas – avalia.
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Quem está no interior eventualmente também se dirige ao litoral do Estado, já que não raro acontecem os chamados veranicos em meio ao inverno. Os balneários catarinenses continuam recebendo visitantes nesta época do ano, estimulados pelo chamado turismo regional.
– A marca Florianópolis é o nosso principal produto turístico. Por ela, os visitantes chegam e podem conhecer outros lugares, cada um com a sua peculiaridade – explica o presidente da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem em Santa Catarina, Eduardo Loch.
Vamos nessa? Boa leitura e boa viagem!
Serra Catarinense
A beleza natural da Serra Catarinense impressiona. A paisagem, formada por florestas de araucárias, rios, cachoeiras, vales, campos de altitude e grandes cânions, é a mais procurada no inverno. Lugares como a Serra do Rio do Rastro, a Serra do Corvo Branco e o Morro da Igreja são visitas obrigatórias, com estradas sinuosas que cortam as montanhas até atingirem alguns dos pontos mais altos do país. Nos dias de céu claro, é possível avistar o litoral. A Serra tem picos com altitudes que chegam a 1.827 metros, como no Morro da Boa Vista. É umas das regiões mais frias do Brasil, a única onde neva em quase todos os invernos – ainda que por poucos dias. Nesta época do ano, a paisagem ganha um toque especial, com geadas, nevoeiros, granizo, cachoeiras congeladas e nevascas que fazem a alegria de turistas.
Cartão-postal imperdível:
Morro da Igreja Campestre (SC-439, Km 7, em Urubici), com acesso mais difícil, mas com vista que faz a caminhada valer a pena 1 mil metros acima. Outra opção é subir com um carro com tração 4×4. Paga-se R$ 5 por pessoa para entrar.
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Atividade essencial:
Vislumbre as melhores vistas. Comece pela Cascata do Avencal, suba o Morro da Igreja e aviste a famosa Pedra Furada, em Urubici. Siga pela SC-370 até a Serra do Corvo Branco. Tente passar pela Cascata Véu de Noiva, no caminho para São Joaquim.
Tire dúvidas:
www.serrasc.com.br ou no aplicativo gratuito Guia Serra SC, disponível para iOS e Android.
Vale do Contestado
Esta região catarinense tem grande valor histórico em função da Guerra do Contestado, ocorrida no início do século 20. Existem, no entanto, outras atrações para os turistas, como cachoeiras, vales e planaltos de vegetação preservada, onde o ecoturismo é opção. Também não há como não se encantar com a arquitetura típica das construções e a riqueza multicultural, resultado da colonização austríaca, japonesa, italiana e alemã, principalmente. A hospitalidade é a marca daquela que ficou conhecida como a Rota da Amizade. Formado por sete municípios, o roteiro inclui tour por Joaçaba, visitas às águas termais de Piratuba e às construções típicas da austríaca Treze Tílias, degustações de vinho em Videira e Tangará, além de passeios pela comunidade japonesa de Frei Rogério e uma deliciosa caminhada pelos pomares de Fraiburgo.
Cartão-postal imperdível:
Torres de uma antiga igreja que emergem do meio da represa da Usina Hidrelétrica de Itá, inaugurada no final do século passado.
Atividade essencial:
Visita ao Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado (Praça da República, 20, Centro, Curitibanos).
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Tire dúvidas:
Caminho dos Príncipes
O nome turístico da região tem origem em um episódio histórico ocorrido em 1853, quando as terras da atual Joinville foram incluídas no dote de casamento do príncipe de Joinville com a princesa Francisca Carolina, irmã de D. Pedro II. Mas é a colonização alemã que predomina na maioria dos municípios, que têm também influências dos italianos, suíços, húngaros, tchecos, ucranianos, noruegueses, poloneses e japoneses. Alguns dos maiores eventos culturais do Estado ocorrem no município, como a Festa das Flores e o Festival de Dança de Joinville. Já em São Francisco do Sul, os pontos altos são os mais de 150 prédios históricos do Centro, sendo um deles sede do Museu Nacional do Mar. O Caminho dos Príncipes é um ótimo destino para quem aprecia ecoturismo e esportes de aventura, ideais para serem praticados em Corupá, Schroeder, Jaraguá do Sul e Papanduva. Na Baía de Babitonga, e especialmente em Garuva, a atração é a pesca do robalo.
Cartão-postal imperdível:
As vistas para a Serra do Mar proporcionadas pelo trem a vapor que sai de Rio Negrinho (Rua da Estação, s/nº, Centro) e percorre 47 km de descida passando por túneis, pontes e rios. Ao final do trajeto, é servido um almoço típico polonês em Rio Natal a R$ 15 por pessoa.
Atividade essencial:
Visita ao Museu da Terra e da Vida (Av. Nereu Ramos, 1.071, Jardim dos Moinhos, Mafra), que expõe fósseis e evidências geológicas sobre o que ocorreu no Sul do Brasil há 300 milhões de anos. Está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 11h30min e das 13h30min às 16h30min. Informações pelos telefones (47) 3641-5514 e (47) 3641-5500.
Tire dúvidas:
turismo.sc.gov.br/destinos/caminhos-dos-principes
Encantos do Sul
Quem gosta de visitar cidades históricas, vai se encantar com Laguna, a terra de Anita Garibaldi. Já Imbituba, Garopaba e Jaguaruna são ótimos destinos para adeptos de ecoturismo e esportes de aventura. Essa faixa litorânea também é o principal berçário das baleias-francas no inverno. No interior, os destaques vão das estâncias termais de Tubarão e Gravatal aos municípios onde a cultura italiana e alemã são predominantes, como Urussanga, Nova Veneza, Orleans, São Martinho, Santa Rosa de Lima, Forquilhinha e as duas maiores cidades do Sul de SC: Tubarão e Criciúma.
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Cartão-postal imperdível:
Farol de Santa Marta, em Laguna. Construído por franceses em 1891, misturando pedra, concha, areia, barro e óleo de baleia, o farol é considerado o maior das Américas e o terceiro maior do mundo em alcance de foco de luz.
Atividade essencial:
Visita ao Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca (Av. Atlântica, s/nº – Itapiruba Norte, Imbituba), aberto de terça a domingo, das 9h às 17h.
Uma novidade de 2017:
Avistamento por terra de baleia-franca na praia da Gamboa (Garopaba) ou na praia da Ribanceira (Imbituba). O Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Garopaba em parceria com o Sebrae lançam o Roteiros de Turismo de Observação de Baleia por Terra.
Tire dúvidas:
www.baleia.info tem informações em tempo real sobre a presença de baleias-francas no litoral.
Caminho dos Canyons
Os cânions do Parque Nacional de Aparados da Serra e da Serra Geral dão nome a essa região turística catarinense, localizada no extremo sul do Estado e colonizada por descendentes de italianos, portugueses e alemães. Procurado principalmente pelos amantes do ecoturismo em expedições que adentram as grandes montanhas abruptamente recortadas pela ação da natureza, o Caminho dos Canyons apresenta também outras atrações no litoral e nas cidades do interior. Araranguá é a maior delas, com boa infraestrutura de comércio e serviços, além de praias, dunas, furnas e um dos mais belos cartões-postais de Santa Catarina: o Morro dos Conventos.
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Cartão-postal imperdível:
Vista da trilha do Rio do Boi.
Atividade essencial:
Trilha no interior dos Canyons, sempre na companhia de um guia turístico.
Uma novidade de 2017:
Cavalgadas no Vale dos Canyons, também acompanhadas de profissional certificado.
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