Sobra beleza, mas falta cuidado. Este é o pensamento entre usuários e moradores da região da Serra do Rio do Rastro. Além de prejuízos ao apelo turístico, dizem que bocas de lobo e canaletas entupidas, mato nas margens, muretas quebradas, placas de sinalização caídas, sinalização horizontal apagada, postes de luz tortos (atingidos por veículos) e lâmpadas queimadas tornam-se risco a quem passa pela estrada.

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Varlei Marioti tem um quiosque no trecho da Grutinha. Há 20 anos no comércio, ele lembra que a serra é bonita e imponente, mas perigosa. Para ele, uma ação permanente poderia minimizar riscos, como recolar as placas caídas, roçar as margens, substituir as muretas quebradas, além de manutenção regular dos postes e trocar as lâmpadas queimadas:

– São 248 postes, mas atravessamos os anos com problemas, sendo que até setembro apenas 50 funcionavam. Além de embelezar, a iluminação ajuda os motoristas trazendo mais segurança.

Em 1997, o comerciante gastou R$ 11 mil para colocar gerador de energia. Anos depois, instalou telefone convencional (não funciona celular) e, no ano passado, colocou internet com fibra ótica.

– A cada governo que troca, a gente acha que vai melhorar. Hoje, não tem mais espaço para promessas, como teleféricos e muros de contenção. São pequenas ações que farão a diferença – diz.

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Gerhardt Gunther Sthesse é dono de uma pousada em Bom Jardim. O lugar recebe turistas de todos os lugares. O hoteleiro explica que a estrada é bastante usada por visitantes do Oeste e também argentinos que no verão visitam as praias do litoral catarinense. Por isso, razão suficiente para que haja investimento mínimo, como sinalização indicando o caminho.

Muita gente ouve falar, mas nem sabe como chegar.

Comerciante em Lauro Müller, Flavio Silva reclama da falta de manutenção da rodovia:

– A atenção do governo com a Serra do Rio do Rastro é pontual, como quando tem alguma competição, como em maratonas e voltas ciclísticas. Fora disso, nenhum cuidado.

Obras de prevenção à espera de verba

Às vésperas do fim de ano e posse de novo governo, o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) aguarda pela liberação de R$ 20,1 milhões referentes à ação de contenção de encostas na Serra do Rio do Rastro. O Plano de Trabalho foi traçado em fevereiro, depois de mapeados pontos que necessitavam de proteção para que sedimentos não desabassem sobre veículos ou acumulassem na pista, interrompendo o tráfego.

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De acordo com o secretário Paulo França, a intervenção deveria ocorrer ao longo da rodovia SC-390, contemplando 25 pontos em taludes, de contexto geológico variado, sendo necessário o uso de métodos diferentes.

Além de aplicar essas intervenções estruturantes, concomitantemente precisaria ser realizada a retirada de blocos rochosos e materiais que se encontram soltos e depositados sobre os taludes. Os 25 pontos de intervenção se localizam dentro do perímetro territorial dos municípios de Orleans, Lauro Müller e Bom Jardim da Serra.

Paulo França diz que, tecnicamente aprovado, o plano previa a liberação de recursos via Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

A respeito da recuperação das placas, a informação também não é animadora: foi contratada uma empresa para a elaboração do projeto. Mas até ser concluído o estudo, o governo terá que buscar recursos para a obra.

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Sobre serviços de manutenção, o secretário do Deinfra diz que são realizados com frequência. Cita que, assim como a Serra Dona Francisca, há serviços periódicos de roçada, tapa-buraco, conservação (limpeza) e finalização com pinturas em placas.

Luz é reivindicação antiga dos motoristas

Jânio Canela é gerente de Operações da Celesc em Criciúma e, por meio de uma parceria com o Deinfra, responde pela iluminação da estrada. Canela diz que a manutenção da rede é feita sempre que problemas são detectados, como ruptura de cabos, substituição de postes e trocas de lâmpadas. Isso ocorreu recentemente, o que segundo ele será um dos atrativos para turistas que passarem pela região.

O gerente explica que lâmpadas apagadas são também consequência da ruptura de cabos (parte subterrânea e parte aérea) causada por diversos fatores, como ação de chuva, ventos fortes e roubos.

Canela assegura que sempre que problemas são detectados ocorrem serviços como trocas de postes e das lâmpadas. Recentemente, 11 postes foram substituídos, assim como 100 reatores.

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A serra está toda iluminada, sendo um dos mais lindos cartões-postais de Santa Catarina.