O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, disse nesta terça-feira que as eleições ainda não estão decididas e que vai batalhar até o último momento na disputa pelos votos. Depois de se reunir com artistas na região da Avenida Paulista, região central de São Paulo, o tucano disse que as eleições não são como um campeonato em que os times jogam e não conseguem recuperar-se a partir de determinado momento.
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– Eleição é uma partida que se trava no dia – afirmou.
O tucano disse que seu discurso não era o de um candidato já derrotado e que precisa manter o otimismo diante dos eleitores.
– Se estivermos mobilizados, nós poderemos ganhar.
Serra, que já disputou nove eleições ao longo da carreira política, contou ainda que nunca foi tão bem recebido pelos eleitores em todo o país.
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– Estou na minha nona eleição e nunca tive uma acolhida como agora. Inegavelmente, há um apoio no Brasil profundo muito forte. Vejo pessoas carinhosas e aflitas. Nunca houve nada parecido no olhar, no abraço e nas palavras, e é isso que me dá forças – afirmou.
E acrescentou:
– Por todo lado, as pessoas chegam para mim e falam: “Escuta, quem vota na Dilma? Porque eu não conheço ninguém”.
– É claro que é um exagero de linguagem, mas eu vejo isso pelo Brasil inteiro. Não acho que as pesquisas sejam desonestas – pelo menos a maior parte delas é honesta -, mas é um fenômeno – afirmou o candidato.
Durante o evento, do qual participaram artistas como Glória Menezes, Odilon Wagner e Juca de Oliveira, Serra criticou as ações do governo federal na área de cultura.
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– Querem criar a ‘Ecadbras’ (em referência ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, instituição responsável pelo pagamento de direitos autorais). Isto é estatizar os direitos autorais -disse.
Serra se referia a um projeto do governo federal que pretende modificar a estrutura da lei de direitos autorais e destinar parte da arrecadação para o governo. Ele disse que o governo não dá prioridade para a cultura e que o orçamento do Estado paulista para a pasta em 2009 superou o do governo federal em R$ 100 milhões.