O senador José Serra (PSDB-SP) criticou o ajuste fiscal conduzido pelo governo Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. No programa Roda Viva, da TV Cultura, Serra classificou como “calamitosa” a política econômica do governo e disse que outros governantes buscariam outros caminhos hoje e no passado.
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– O ajuste do governo desajusta a economia – afirmou.
O senador criticou o aumento do endividamento do governo e alta de juros de forma, segundo ele, mal calculada em um momento de economia fragilizada.
– O governo Dilma fez tanta bobagem que você não precisa colocar mais. Tem inflação de bobagens endógenas – afirmou Serra.
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Apesar de admitir que, mesmo em um cenário com Dilma afastada da presidência, quem assumisse “comeria o pão que o diabo amassou”, dado o quadro atual de crise econômica, mas avaliou que o fator credibilidade seria essencial. Serra evitou detalhar em que aspectos uma política econômica tucana seria diferente da do segundo mandato de Dilma, mas frisou a questão da confiança:
– Tudo que é novo traz um crédito de confiança, que é decisivo.
Serra avaliou que se Aécio Neves tivesse sido eleito no ano passado, o quadro hoje ainda seria duro, mas com perspectiva melhor:
– A gente cresceria esse ano? Provavelmente não, mas você acenaria com uma credibilidade para o longo prazo.
O senador tucano argumentou ainda que a origem dos problemas econômicos não está em um cenário internacional, mas no segundo mandato de Lula. Para Serra, o ex-presidente petista “torrou” o dinheiro que o Brasil ganhou com o boom das commodities e não soube aproveitar aquele momento histórico entre 2006 e 2008 para investir em infraestrutura e estimular a produção industrial:
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– A economia do mundo não está em crise. o segundo governo Lula ganhou muito dinheiro – não no sentido pessoal – mas não teve nenhum plano de como usar isso, não se produziu, não se investiu em infraestrutura.
Serra também chamou de mentirosa a argumentação de setores do governo de que se implementou uma nova “matriz econômica”, desenvolvimentista.
– Nunca houve nova matriz, houve um desnorteamento. Isso só facilita o discurso, mas não é verdadeiro – comentou.
O senador disse ainda ver com pessimismo as altas de impostos, com a tentativa de reonerar a folha de pagamentos, por exemplo. Disse avaliar que as empresas podem não resistir nesse momento de recessão.
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