A goiaba serrana, fruta selvagem de região fria, começa a conquistar os consumidores mais exigentes e atrai a atenção de estudiosos e investidores em SC.

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Em São Joaquim, já foram lançadas quatro variedades comerciais, ainda que em pequena escala. Cinco produtores cultivam a fruta em áreas que, somadas, atingem cerca de 50 mil metros quadrados. Selecionadas por uma cooperativa local, as frutas são vendidas em grandes mercados do Sudeste a até R$ 20 a caixa com seis unidades.

As pesquisas começaram em Videira. O pesquisador Jean Pierre Ducroquet, da Epagri de Videira, no Meio-Oeste, montou uma coleção de sementes para poder estudar a fruta. Mas como Videira fica em uma região mais quente e úmida, a coleção foi transferida entre 1999 e 2000 para São Joaquim, onde as condições climáticas são mais favoráveis.

Logo após São Joaquim, os estudos começaram em Lages, com o uso de sementes da Nova Zelândia e do Uruguai. E é a partir destas pesquisas, feitas em parceria com universidades catarinenses, que se pretende difundir a goiaba serrana.

O agrônomo Sadi Nazareno de Souza, da Epagri de Lages, é o responsável pelo trabalho de domesticação da espécie. Como a fruta é nativa e no campo adquire grande variedade genética, com tamanhos e formatos diferentes, a seleção é importante para analisar o comportamento com relação à adubação e resistência a pragas.

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Uma muda pronta começa a produzir em dois anos. Souza prevê que daqui a quatro ou cinco anos seja possível encontrar a fruta nos mercados da cidade e, em uma década, possa ser comprada em qualquer lugar. Se fosse hoje, Sadi acredita que o preço da goiaba serrana para o consumidor seria de R$ 6 a R$ 8 o quilo.