Muitos homens sonham em viver rodeados por mulheres. Mas, o que parece ser um mar de rosas, pode virar tormento. Assim é a vida de Leonardo Henrique (Eduardo Moscovis), protagonista do seriado Louco por Elas, que estreia nesta terça-feira na Globo, após Big Brother Brasil 12 (às 23h30min). Para compor o cenário da trama, foram selecionadas obras do artista Luciano Martins, radicado em Florianópolis.
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A presença feminina invade a vida de Léo, que vê o mundo por meio delas, ao passar seus dias cercado por quatro mulheres, na tentativa de conhecê-las e compreendê-las. Para criar o seriado, João Falcão, que também assina a direção geral, inspirou-se na observação das relações entre homens e mulheres. Atento aos detalhes, dilemas e situações cômicas, optou por retratá-las em diferentes papéis: a romântica, a amiga, a filha, a mãe, a avó, a secretária, a chefe, a aluna, a professora. Entre todas elas, a figura masculina, que quer buscar o seu lugar, num duelo permanente entre o fascínio e a loucura deste convívio.
Léo é técnico de futebol de praia e treina um time feminino adolescente. Apesar de amar o que faz, sempre fica à margem da vitória. Ele mora com a avó Violeta (Glória Menezes) no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, e permanece com ela antes, durante e depois do casamento com Giovana (Deborah Secco). A separação aconteceu porque Giovana se cansou da falta de ambição do marido e decidiu investir na carreira, em uma trajetória bem-sucedida. Os dois reconhecem as diferenças radicais entre eles, mas ainda caem de amores um pelo outro e, às vezes, deslizam na decisão de ficarem separados.
Giovana teve uma filha antes do casamento, Bárbara (Luisa Arraes), que é criada por Léo. A adolescente enxerga nele uma figura paterna, porém, provoca o padrasto sempre que possível. Na verdade, os conflitos só escondem uma especial identificação que existe entre eles.
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Juntos, Léo e Giovana tiveram Theodora (Laura Barreto), a intelectual da família, que peca na falta de sutileza com os seus comentários. A menina tem muita afinidade com a avó e viaja com a senhora para um mundo lúdico que só existe na mente de Violeta. Violeta usa dessa “loucura não diagnosticada” para conseguir o que deseja, e, muitas vezes, aproximar as pessoas que ama.
Para desenvolver o projeto cenográfico de Louco por Elas, o desafio do produtor de arte Ricardo Cerqueira e da cenógrafa May Martins foi criar uma casa que expressasse a vivência de anos e anos de uma família. A casa, onde moram Léo, Violeta, Bárbara e Theodora, é inspirada nas construções típicas do bairro de Santa Teresa.
Corujas para a filha doce e caveiras para a punk
O conceito das equipes, definido a partir do texto apresentado por João Falcão, é de um local do começo do século 20, em que Violeta casou, teve sua filha e foi reunindo os novos integrantes da família. Nas paredes dos quartos das filhas podemos encontrar obras de Luciano Martins. O artista, morador de Florianópolis, foi convidado para fazer quadros que agregassem ao perfil das garotas.
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– A produtora da minissérie conheceu meu trabalho aqui em Florianópolis no ano passado e pediu que eu enviasse imagens que servissem para uma menina meiga, e outras para uma menina mais revoltada – conta Luciano.
Misturando estilos que vão do despojado a looks modernos e elegantes, o figurino e a caracterização dos personagens traduzem com naturalidade, realismo e sutileza a dose de humor que vem nos textos.
O seriado conta com participações especiais como Emanuelle Araújo, Ana Maria Braga, Marília Pera e Debora Olivieri.
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Confira as fotos das obras de Luciano Martins
Cinco perguntas para o diretor-geral e redator final João Falcão
João Falcão retoma o encontro com Guel Arraes em ‘Louco por Elas’. A dupla estreou a parceria em 1995, no programa A Comédia da Vida Privada. Neste ano, João passou a integrar o time de colaboradores de Guel. Os projetos seguintes foram a adaptação da primeira microssérie da televisão brasileira, O Auto da Compadecida, a criação dos programas Sexo Frágil, ‘Papo de Anjo, Programa Novo e o seriado Clandestinos. No cinema, João roteirizou O Coronel e o Lobisomem, A Máquina e Fica Comigo Esta Noite, estes dois últimos também dirigidos por ele.
No teatro, tem entre seus projetos de destaque Uma Noite na Lua, Quem Tem Medo de Virgínia Woolf, A Dona da História, A Máquina, Clandestinos e Ensina-me a Viver, protagonizado por Glória Menezes.
Como você define o seriado Louco por Elas?
– É uma comédia sobre mulheres, através da ótica masculina. Eu queria algo contemporâneo, que fosse diferente da comédia romântica do casal.
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Qual foi sua inspiração para a criação do seriado?
– Minha convivência com elas: a vida ao meu redor, minha observação, a relação com os homens e vice-versa me influenciaram. A partir dessa ótica, comecei a perceber outras relações, que não só a romântica. Sempre tive a vontade de fazer um projeto sobre isso.
Léo é um homem que vive assoberbado de mulheres e tenta lidar com os diversos conflitos que elas trazem. Como foi criar o personagem e falar dos conflitos vividos por ele?
– Quando tratamos da relação entre um homem e diversas mulheres, estamos tratando dos conflitos masculinos diante da força da mulher. Um homem que ama as mulheres deseja ser amado por elas, e agradar uma mulher não é fácil. Agradar várias mulheres ao mesmo tempo é coisa para super-herói!
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Como chegaram a esse elenco principal com tantos nomes de peso?
– Eu e Du (Moscovis) tínhamos vontade de trabalhar juntos e quando tive essa ideia achei que o projeto era perfeito para ele. De certa maneira, o personagem foi pensado para ele. Quando comecei a escrever a personagem da Glória (Menezes), perguntei se ela topava, ela aceitou, e fiz a Violeta pensando nela. Estávamos doidos para fazer o trabalho juntos. A personagem da Bárbara quem faz é a Luisa (Arraes), e este é o primeiro papel dela na televisão. Eu vi a Luisa crescer ao meu lado e brincamos muito de teatro juntos, sempre fui fã dela. É um papel muito rico. A Theodora, interpretada por Laura Barreto, é bem surpreendente, capaz de qualquer coisa. E a Laura é uma graça. Eu e a Deborah (Secco) trabalhamos algumas vezes juntos em projetos menores, mas queria trabalhar com ela em algo maior. Quando ela topou participar foi uma grande alegria.
Como é a sua rotina de criação? Como você se divide entre a direção e a autoria do seriado?
– A Flávia (Lacerda) está a frente do projeto, o que me dá a oportunidade de criar e me dedicar aos textos. Já trabalhamos juntos em Sexo Frágil e Clandestinos e estamos juntos mais uma vez nesta parceria. Encontramos um formato de divisão de trabalho que funciona muito bem. Depois, eu e Flávia convidamos o Allan (Fiterman) para participar da direção, que é muito querido e talentoso.