O caso apontado pela polícia como sendo um dos maiores golpes já praticados em Joinville terá novos passos na Justiça a partir do próximo dia 16 de janeiro, quando será realizada a primeira audiência da ação criminal movida contra Marcos Antônio de Queiroz e a mulher dele, Ana Cláudia da Silva Queiroz, além de outros cinco ex-funcionários do chamado Grupo Marcos Queiroz.
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Preso desde agosto, Marcos Queiroz é acusado de chefiar um golpe imobiliário contra centenas de clientes que compraram apartamentos na planta. Os outros réus, também denunciados pelo Ministério Público, respondem ao processo em liberdade.
Na audiência do dia 16 serão ouvidos os delegados Fábio Fortes, Silmar Valverde, Adriano Boni e Priscila Chemin, responsáveis pela investigação que levou Queiroz para a cadeia. Além da venda de apartamentos sem garantia de entrega, a Polícia Civil investigou a atuação do empresário em duas lojas de materiais de construção que lesou clientes ao não entregar mercadorias já compradas – os dois estabelecimentos acabaram saqueados.
No mesmo dia da primeira audiência ainda serão interrogadas três testemunhas. Uma segunda audiência já foi agendada para 21 de janeiro, quando mais 12 pessoas serão ouvidas na 4ª Vara Criminal. Numa terceira audiência, dia 23 de janeiro, outras 17 pessoas deixarão seus depoimentos à Justiça.
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Novas datas ainda serão reservadas para a tomada de depoimento de outras testemunhas, além do interrogatório dos réus. Apesar de estar preso, Marcos Queiroz também foi intimado e poderá acompanhar todas as audiências, mas só poderá se pronunciar ao ser interrogado.
Clientes também querem ressarcimento
A ação criminal não é a única que levou o nome dele e de outras pessoas ligadas ao Grupo Marcos Queiroz à Justiça. Dezenas de ações individuais foram ajuizadas por clientes na tentativa de minimizar os prejuízos com as compras de materiais de construção e apartamentos. Uma ação civil pública também foi movida pela Defensoria Pública do Estado em nome de centenas de clientes lesados com a intenção de reaver o dinheiro investido.
As contas bancárias de Marcos Queiroz e de Ana Cláudia Queiroz chegaram a ser verificadas pela Justiça, mas não houve confirmação de saldo. Segundo a investigação, o golpe pode ter levantado mais de R$ 10 milhões.
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Sete foram denunciados pelo MP
Em Joinville, seis empreendimentos foram vendidos na planta pelo Grupo Marcos Queiroz, mas somente um deles já tinha parte de uma edificação erguida. O crime de estelionato, para a polícia e o Ministério Público, se caracteriza no fato de que Queiroz supostamente sabia que os apartamentos jamais seriam entregues, mesmo depois de tê-los vendido.
Contra ele são atribuídos os crimes de formação de quadrilha, estelionato, além de fraude na entrega de coisa, apropriação indébita e crime contra a economia popular com base na lei que trata do condomínio em edificações e as incorporações imobiliárias. As mesmas acusações pesam contra Ana Cláudia e os cinco ex-funcionários.