A Terceira Divisão do Campeonato Catarinense é a entrada do profissionalismo no futebol do Estado. Porém, a Série C do Estadual também é a casa dos fatos inusitados. Com o segundo turno em andamento, o torneio tem time que demite técnico invicto, equipe que desiste de jogar no meio de campeonato e até presidente jogador.
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A Terceirona começou com oito clubes, porém pouco menos de um mês de campeonato e o Caçador pediu afastamento alegando não ter condições financeiras de seguir no torneio. Entre as justificativas estavam a crise econômica no Brasil, o baixo retorno de mídia e até os custos de viagem, que segundo o clube são culpa do formato de disputa escolhido – todos contra todos em turno e returno. Quem ficar em primeiro em cada fase garante uma vaga na decisão. O campeão sobe para a Série B.
O Fluminense de Joinville também tem problemas para pagar as contas, mas tem mantido tudo em dia. O clube aposta em atletas da região do Norte de Santa Catarina e tem o reforço do presidente em campo. Sim, o presidente do Flu, Anelisio Machado, é um dos atletas inscritos e até agora participou de um jogo – na goleada por 7 a 2 sobre o Jaraguá, entrando no segundo tempo.
– No futebol amador de Joinville eu já jogava. Nunca fui um grande jogador. Isso é mais uma diversão. Serve também para estar junto com os jogadores e conhecer mais o grupo – disse o atleta-presidente de 50 anos.
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Por conhecer tão bem seus atletas, Anelisio apostou em Everton Rafael Assis de Lira no comando do time depois da demissão de Antônio Carlos Silva. Sem treinador o presidente decidiu colocar Everton, que com 26 anos era jogador do Fluminense e só não estava jogando por causa de uma grave lesão.
– Ele trabalha muito bem a equipe e com ele melhoramos o rendimento. Acho que ele encontrou uma nova profissão – disse rindo Anelisio.
Fundador e diretor da Faculdade de Tecnologia Assessoritec, Anelisio garante que a profissionalização do Fluminense foi feita com planejamento e que o clube está com as contas em dia.
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– O nosso trabalho é muito sério. Fui conselheiro do Joinville e conheço quatro ex-presidentes do clube, conversei bastante antes de assumir a direção do Fluminense – completou.
O LÍDER QUE QUERIA
FUTEBOL TOTAL
Fernando Gil foi surpreendido ao ser demitido do Barra, de Balneário Camboriú. Isso porque, quando ele foi mandado embora, o time era o líder da Série C com três vitórias e um empate. Além disso, o time tinha a melhor defesa e ataque do torneio e o artilheiro. Porém, isso tudo não bastou e a justificativa oficial para a demissão da diretoria foi de que o time não jogava um futebol bonito.
De técnico novo, Círio Quadros, o Barra foi campeão do primeiro turno e garantiu vaga na decisão. No entanto, até agora não há notícias de que o time tenha conseguido o futebol total – sistema de jogo implementado por Rinus Michels na seleção holandesa no Mundial de 1974. Agora, o clube luta para levar o segundo turno e ser campeão antecipado.
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