Sérgio Rodrigues fala sobre criação na internet na Feira do Livro de Joinville

O sucesso de Sérgio Rodrigues no universo das mídias digitais não foi premeditado, mas hoje é difícil dissociá-lo da imagem de blogueiro influente na crítica literária e de todos os outros assuntos que a liberdade da internet permite a um escritor. Por isso, o tema da palestra do jornalista e escritor, que estará nesta sexta-feira em Joinville para participar da Feira do Livro, refere-se à produção literária online.

Mas os rumos dessa conversa dependerão da participação do público e do publicitário Pierre Porto, que vai mediar o bate-papo. Sérgio estará no Palco Principal da feira às 19 horas, na palestra com o tema “A Escrita dos Blogs”.

Essa abertura do tema da palestra ocorre porque, para Sérgio, é difícil limitar um assunto tão amplo como a história da literatura na internet.

– O que me interessa mais é como essas novas relações estão se dando hoje, porque tem muito a ver com o primeiro momento dos blogs nos anos 90. Quer dizer, os blogs de escritores vão continuar existindo, só que não são mais eles que farão com que alguém seja descoberto – avalia Sérgio.

Ele lembra que, quando a blogosfera começou a se popularizar, era comum que fosse lugar de experimentação para escritores que logo tornavam-se sucesso e eram absorvidos pelo mercado.

– Não vejo mais colegas publicando obras em primeira mão nos sites. O que tem de mais frutífero é a crítica literária e a publicação de notícias – diz.

Na conversa, Sérgio pretende avaliar a velocidade com que as mídias digitais estão se transformando e mudando essa forma de escrever e publicar conteúdos literários – não só pensando nos blogs, mas em todas as outras ferramentas que surgiram nos últimos anos. A experiência dele com a rede também será, inevitavelmente, tratada pela palestra: Sérgio criou o “Todoprosa” como uma coluna dentro da revista eletrônica “No Mínimo”, que dirigiu entre 2000 e 2007.

– Quando o site acabou, saí com ele debaixo do braço. Ele já era tratado como blog pelos leitores e seria uma pena deixá-lo morrer junto com o site – conta o jornalista.

Mas o blog não ficou muito tempo órfão. Foi hospedado pelo portal IG e, depois, entrou para a lista de blogs do site da revista “Veja”, onde está atualmente. Nele, o jornalista fala sobre as novidades da área cultural, mas não deixa de publicar textos de criação literária. Afinal, além de jornalista e blogueiro, ele é escritor. Seu livro mais famoso “Elza, a Garota” (Nova Fronteira, 2007), acabou de ter os direitos comprados pelo cineasta Dodô Brandão para ser adaptado para o cinema.