Em visita ao Complexo Penitenciário de Chapecó nesta sexta-feira o ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse que a unidade está sendo recomendada por uma nota técnica do ministério como modelo a ser implantado em outras unidades prisionais do país.

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– Essa é uma visita inspiradora. É uma visita gratificante conhecer a estrutura desse complexo penitenciário e o trabalho que tem sido feito por dedicados servidores públicos, juntamente com a iniciativa privada. O Ministério da Justiça quer ser um disseminador dessas boas práticas. Por isso a razão de vir aqui. Quero dizer que a visita superou as minhas expectativa. É realmente uma experiência fantástica. Vocês estão de parabéns – disse.

Dos cerca de dois mil presos das penitenciárias agrícola e industrial de Chapecó, 862 trabalham em 23 empresas, o que representa cerca de 45% da população carcerária local. A unidade produz verduras e legumes suficientes para a alimentação da unidade e também excedente. A Prefeitura de Chapecó também assinou um convênio para adquirir frutas e legumes da unidade para seus projetos sociais.

Moro parabenizou os empresários que tiveram coragem de romper barreira do preconceito e ofereceram trabalho aos presos, prestando um serviço social e ainda tendo lucro. Moro diz que esse modelo também apresenta sustentabilidade por gerar recursos para a empresa, para o preso e para a unidade. Em Chapecó 75% da remuneração fica com o preso, que também desconta um dia de pena a cada três trabalhados, e outros 25% ficam para manutenção da unidade.

O ministro afirmou que o trabalho de ressocialização é muito importante para a recuperação dos presos e controle do estado sobre os detentos

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– Temos que criar um ambiente saudável onde o preso possa pagar sua pena, um ambiente em que quem está no comando é o estado e não uma facção. Isso vai diminuindo o poder de influência delas na população carcerária – disse Moro.

Ele citou que para isso é necessário também investir em um número adequado de agentes prisionais. O Ministro da Justiça também elogiou Santa Catarina por ceder para auxiliar numa força tarefa no Amazonas, onde ocorreram 55 mortes em maio, em unidades prisionais.

Na próxima segunda-feira Sérgio Moro vai até o Amazonas. Ele disse que conversou com o governador do estado amazônico sobre a necessidade de contratar mais agentes.

Moro reconheceu que existem no Brasil unidades em situação lamentável e que necessitam de investimento.

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Ele também falou sobre o pacote anticrime que está tramitando no Congresso e espera que ele seja aprovado em breve.

– Claro que não resolve todos os nossos problemas pois depende das ações executivas, de investimentos, de ações estratégicas. Estamos num diálogo intenso com os parlamentares -disse.

Questionado sobre o celular que foi "hackeado" o ministro informou que não foi um crime contra sua pessoa mas sim contra a segurança nacional, mas que não houve vazamento de nenhuma informação estratégica e que a Polícia Federal está investigando o crime.