Ah, Habemus Papam Franciscum! – quem diria, nem Pelé, nem Neymar, nem D. Odilo! Mas D. Jorge Mario Bergoglio, 76 anos, que não era favorito nem mesmo entre os cardeais argentinos. Entres estes, D. Leonardo Sandri era muito mais credenciado, mais jovem e mais conhecido no Vaticano do que o Arcebispo de Buenos Aires. Mas os desígnios de Deus produziram surpreendente novela depois das sucessivas fumaças negras: “Salve Jorge! – estão comemorando os católicos, sejam argentinos ou brasileiros…
Continua depois da publicidade
[El Pinguino], que não aceitava Papa brasileiro, está exultante lá no Purgatório:
– Taí, vão ter que se curvar pra pedir a benção a um argentino!
Já Cristina Kirchner não gostou muito. O Cardeal Jorge Mario não está entre os seus prelados favoritos, por mais de uma vez criticou a imperial vontade da viúva, especialmente quando ela se insurgiu contra a liberdade de imprensa. Hoje temos sentado na cadeira de São Pedro um homem simples, despojado, nem um pouco suntuoso, um cristão que zela pelo humanismo e pelas liberdades das ovelhas de Cristo – testemunhou o Secretário-Geral da CNBB, D. Leonardo Steiner.
– O novo Papa é um São Francisco de Assis redivivo. Sua humildade é o apanágio de sua fé. A Santa Madre está muito bem servida.
Continua depois da publicidade
As torcidas do futebol, principalmente daquelas cidades sentimentais, cujos corações batiam por D. Odilo, estão frustradas. Até a caridade cristã ficou meio esquecida quando, em meio ao desfiar de um rosário, uma filha de Maria resumiu, em Cerro Largo, terra natal do brasileiro:
– Não era o que a gente daqui esperava…
Em Toledo, as torcidas já tinham até preparado a passeata e o foguetório:
– Devia ter prorrogação, gol de ouro, penalties, alguma coisa! O argentino levou aos quarenta e cinco do segundo tempo!
Calma gente. A eucaristia não é uma bola branca de futebol. E o Papa Francisco I transcende nacionalidades, hoje é o representante de Cristo na Terra. É preciso deixar de imaginá-lo como um intruso, um Maradona de uniforme e solidéu alvi-azul, que só foi eleito para ironizar a pretensão brasileira de maior nação católica do Mundo…
O primeiro milagre do Papa portenho será consolar a torcida brasileira da igreja carismática, dia 23 de julho, na abertura da Jornada Mundial da Juventude, no Rio, onde reunir-se-ão peregrinos de todo o planeta.
Continua depois da publicidade
Se resta alguma tristeza é saber que a santidade é o Prêmio Nobel dos bons. E que o prêmio foi para os vizinhos. Mas se foi bom para a humanidade, foi bom para o Brasil.