Quem acompanhou o sorteio da Copa do Mundo na Câmara Brasil-Alemanha, em Blumenau, na sexta-feira à tarde, foi a jornalista alemã que mora há quatro anos no Rio de Janeiro Solveig Flörke.

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Ela está em Blumenau para produzir matérias do jornal alemão Die Welt sobre o Vale do Itajaí e mostrar para a Alemanha este outro lado do Brasil.Apesar de Santa Catarina não receber os jogos oficiais no ano que vem, ela destaca a região por ter a peculiaridade de poder torcer para as equipes alemã e brasileira.

Para Solveig, 2014 é o ano da Alemanha ganhar uma nova estrela de título mundial na camisa. Confira a seguir a entrevista que a jornalista concedeu ao Santa.

Jornal de Santa Catarina – Porque você optou por fazer uma matéria em Blumenau sobre as expectativas da Copa do Mundo?

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Solveig Flörke – A ideia surgiu porque a maioria dos jornalistas vai ao Nordeste escrever sobre o sorteio dos grupos. Pensei em fazer algo diferente, mas que chamasse a atenção dos leitores alemães. Já conhecia Blumenau e resolvi ver a reação dos alemães e dos descendentes que moram aqui. É um lugar que eu gosto de voltar e conheço muitas famílias que torcem metade para o Brasil e metade para a Alemanha.

Santa – Qual a sua expectativa para a Copa do Mundo no Brasil?

Solveig – Todo mundo espera o ânimo do povo brasileiro e a torcida. O espírito brasileiro do futebol é muito forte e isso é uma marca deste país. Mas o grande diferencial desta Copa do Mundo é que o país chegou a uma nova dimensão sobre a questão política, principalmente após as manifestações nos grandes centros. E esses protestos foram apoiados fora do Brasil, inclusive na Alemanha. Ninguém mais quer que milhões sejam investidos em estádios para a Copa ao mesmo tempo que os hospitais e escolas estejam quebrando.

Santa – Como a imprensa alemã acompanha o Brasil?

Solveig – Agora a cobertura está intensa. Primeiro passou a Copa na África do Sul, depois a Olimpíada de Londres e agora é a vez do Brasil. Assim que os Jogos Olímpicos acabaram, o foco da Alemanha se voltou para o Brasil. O interesse cresceu. Mesmo assim o Brasil ainda é pouco conhecido. Eles sabem do samba, do Carnaval, do Rio de Janeiro ou que aqui há muitas florestas. Poucas pessoas sabem desta realidade aqui do Sul.

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Santa – Você acredita que os turistas alemães vão vir ao Brasil para assistir aos jogos?

Solveig – Para o europeu fica muito caro vir ao Brasil assistir a um jogo durante a Copa. Será um Mundial dos ricos. As companhias aéreas já estão extrapolando nos preços e há passagens custando quase 4 mil euros nesta época. Os hotéis também já estão com valores altíssimos nesta temporada. Acredito que durante o campeonato haverá mais turistas da América do Norte e do Sul. Não vai ter tanta gente como um campeonato na Europa, onde é tudo próximo.