A bandeira de arco-irís de 30 metros de comprimento puxou os cinco trios elétricos e a multidão que foi para a 15ª Parada LGBTQIA+ de Florianópolis neste domingo (11). O evento coloriu a Avenida Beira-Mar Continental após dois anos sem ocorrer, por causa da pandemia. A parada leva mais de 20 atrações às ruas da Capital, entre artistas locais, drags, DJs e músicos. 

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No topo do primeiro trio da Parada estava a apresentadora, atriz e influencer Selma Light, que, emocionada, falou sobre a volta do evento após dois anos de pandemia.

— Conseguir estar junto de novo com a nossa comunidade, gritando por nossos direitos, dizendo que a gente tem voz e não somos minoria, como muitos falam, é indescritivel. Hoje Floripa mostra que os LGBTI+ existem, resistem e precisam ser ouvidos — diz Selma.

De Curitiba, o casal conhecido na cidade paranaense como “Gemêos Garibaldi” veio a Florianópolis excusivamente para curtir a parada. Os dois se consideram caricatas transformistas e são parados constantemente por pessoas que desejam tirar uma foto. Segundo os gêmeos, essa é a oitava edição do evento da qual participam em Santa Catarina.

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Reportagem especial Vozes do Orgulho LGBTQIA+

Pulando enquanto assiste os shows estava também a família de Danimara de Barros e Viviane da Silva, que trouxeram a filha de dois anos e cinco meses, Ana Clara, para o evento. Para Viviane e para a pequena, que nasceu durante a pandemia, foi a primeira vez em uma Parada LGBTQIA+ de Florianópolis, enquanto para Danimara foi a sexta participação. Questionadas sobre a importância de trazer a filha, que se diverte com uma máscara de desenho animado, as mães respondem:

— Pra ela entender desde pequena o nosso lugar e lugar dela também, né. Ela cresce nesse meio, tem que aprender desde sempre que existe liberdade de expressão e o direito de ser quem quiser ser — explica Danimara. 

Há sete anos Patrícia Fonttine decidiu se mudar de Manaus para a capital catarinense e, desde então, a travesti foi eleita a musa trans da escola de samba Dascuia e a rainha do Carnaval de Florianópolis. 

— Tá sendo muito importante, porque nós estávamos esperando muito isso pra gente gritar de novo. Ainda mais em um ano de eleição, quando as coisas estão mudando, estão acontecendo. Nós, LGBT, jamais temos que deixar isso passar, então a parada voltou para dar aquele grito de independência — exclama Patrícia.

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A 15ª Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Florianópolis é organizada pela Comissão Organizadora da Parada e Mês do Orgulho LGBTI+ de Florianópolis, Gandaia Produtora, Grupo de Apoio à Prevenção da Aids de Santa Catarina (Gapa/SC), e foi apoiada pela prefeitura de Florianópolis.

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O tema desta edição da Parada da Diversidade é “Vote com orgulho”, com objetivo de conscientizar o público sobre a importância da democracia e da escolha responsável de candidatos. Manifestações políticas também foram feitas por participantes nos trios e na área destinada ao público.

Em uma das tendas distribuídas pela Avenida Beira-mar Continental, a Associação Acontece, Arte e Política LGBTI+ distribuía preservativos, medicamento prep (profilaxia pré-exposição ao HIV), além de autoteste para Aids. O presidente da associação, Fabrício Gastaldi, explicou que durante o evento foi realizada uma pesquisa de perfil do público da parada. 

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Segundo o organizador Alexandre Bogas, que também preside o Conselho Municipal LGBTQIA+ de Florianópolis, esse ano a expectativa era de um público de 100 mil pessoas no evento — a estimativa de quantos participaram não havia sido divulgada até a noite deste domingo.

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— Foram dois anos com muita dificuldade na economia, com muita dificuldade pra nós LGBTQIA+, mas a gente conseguiu vencer, nos estruturamos novamente e estamos aqui na rua com a parada do orgulho — fala Bogas. 

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Assista ao vídeo da 15ª Parada LGBTQIA+ de Florianópolis

Vídeo explica o que significa cada letra da sigla LGBTQIA+