A temporada 2021 chegou ao fim para o JEC na última quarta-feira (27), no empate em 1 a 1 contra o Criciúma, na Arena Joinville, pela Copa Santa Catarina. O próximo compromisso oficial do Tricolor será apenas no começo de 2022, no Campeonato Catarinense. Durante o Estadual, o clube vai precisar fazer uma boa campanha para garantir participação no Campeonato Brasileiro de 2023. E em um ano sem competições nacionais, os desafios na gestão do time da maior cidade do estado aumentam ainda mais.
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O presidente do JEC, Charles Fischer, destacou em entrevista à CBN Joinville nesta quinta-feira (28), que a criatividade será a palavra de ordem para equilibrar o pagamento das dívidas e, ao mesmo tempo, formar um time competitivo dentro de campo. Segundo o dirigente, neste momento, o orçamento mensal previsto para o ano que vem é de – no máximo – R$ 120 mil mensais.
— Nós vamos ter que trabalhar nessa realidade aí […]. Vamos ter que usar muito a nossa criatividade, o aprendizado que tivemos em 2021 foi muito importante. Vamos ter que ser criativos, inteligentes e muito assertivos — apontou.
Apesar de ter começado o ano levantando os títulos da Copa Santa Catarina 2020 (disputada em 2021 por conta da pandemia) e da Recopa Catarinense, o JEC colecionou eliminações ao longo do ano. O time caiu de forma precoce do Campeonato Catarinense, da Série D do Campeonato Brasileiro e da Copa Santa Catarina, que dá ao campeão uma vaga do estado na Copa do Brasil. Segundo Fischer, os desafios de comandar um clube no meio da pandemia dificultaram em muito o planejamento. Sem a presença da torcida e com perda de receitas, o quebra cabeça da diretoria executiva ficou ainda mais complexo.
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— A gente vem gerenciado o caos há mais de um ano e meio […]. Eu não me arrependo em hipótese alguma, eu sabia que ia ser difícil, mas nem tanto assim — destacou.
Sobre a Série D do Brasileirão, o JEC chegou perto da classificação, mas perdeu nos pênaltis para o Uberlândia-MG, dentro da Arena. Sobre isso, Charles Fischer comentou que o fato de permanecer com chances até o final foi o que mais doeu nele e na torcida triocolor.
— A gente tava perto do céu e, de repente, foi parar no inferno — definiu.
Apesar de já estar focado em 2022, o presidente ainda precisa resolver pendências da atual temporada. O JEC está em dia com salários de CLT (carteira), mas está com direitos de imagem atrasados, que é a maior fatia dos rendimentos dos jogadores. O próprio ex-técnico Leandro Zago, que abriu mão de receber o que teria direito até o fim do contrato que seria em abril do ano que vem, tem que receber dois meses de imagens do clube. De acordo com Fischer, o JEC está negociando a antecipação de valores de um “negócio futuro” para quitar essas dívidas até o início de novembro, mas o mandatário não revelou qual negócio seria esse.
Com a situação delicada do futuro do clube, ganha espaço a discussão sobre a implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) que, basicamente, é transformar a associação esportiva em clube-empresa. Desde setembro uma comissão formada por conselheiros vem estudando a lei e analisa as possibilidades para implementação do formato no JEC. Para o presidente do clube, a solução para dias melhores no Tricolor deve vir dessa mudança.
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— Tem que se escolher o modelo correto da SAF pra que não se crie outro problema e sim uma solução, mas eu acho que passa por isso sim — falou.
Charles falou sobre projetos, desafios de buscar patrocinadores, sentimento à frente do clube e projeções para 2022.
Abaixo, confira a íntegra da entrevista ao CBN Mais. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h ao meio-dia, na CBN Joinville, com Jota Deschamps, Fernando Gonçalves e Rodrigo Zimmermann.