O sequestro da menina de 4 anos em Palhoça, retirada da casa da mãe por um casal de desconhecidos, na Barra do Aririú, mobilizou toda a polícia da Grande Florianópolis no último fim de semana. O casal suspeito foi preso no Norte da Ilha, em Florianópolis, mas algumas questões ainda estão sem resposta.
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Os suspeitos pelo sequestro prestaram depoimento ainda no domingo (20), mesmo dia em que a criança foi localizada e devolvida à família sem ferimentos, mas a motivação do crime, por exemplo, ainda não está esclarecida. A polícia quer saber o que de fato está por trás do sequestro da criança.
Até agora, ao menos uma hipótese foi descartada: a de que os suspeitos pretendiam pedir resgate para devolver a menina, já que a família dela é bastante humilde.
Cinco perguntas ainda sem resposta sobre o caso
Qual foi a motivação do crime?
A motivação do crime ainda não está clara, segundo o delegado responsável pela investigação, Fábio Pereira. Sem dar muitos detalhes, ele garante que as equipes estão focadas no caso para chegarem a todas as respostas dentro do prazo estipulado para a conclusão do inquérito policial – 10 dias -, mas adianta que não descarta a hipótese de o casal já ter praticado outros sequestros anteriormente:
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— Se eles realmente fizeram outro fato semelhante? A hipótese não é descartada.
Suspeitos tinham intenção de ficar com a criança?
À NSC TV, a diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis, Eliane Chaves, disse que falou informalmente com o casal de sequestradores, logo após a prisão, e que por sua experiência na profissão, ao lembrar de casos semelhantes, o casal não pretendia ficar com a menina:
— Eu percebi neles bastante frieza. O que posso intuir da minha experiência, que não é um casal que demostrou afeto, que tivesse carinho por aquela criança e que tivesse sequestrado pra ficar com ela, pra criar, para dar carinho, dar amor.
Casal tem ligação com outros criminosos?
Diretora de Polícia Civil da Grande Florianópolis, Eliane Chaves, diz que a equipe investigativa e os peritos do IGP ainda trabalham na casa onde a criança foi escondida pelo casal – o cativeiro – em busca de pistas.
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O local foi descrito como “sem condições de estadia para qualquer ser humano”, pelo delegado João Fleury, que também comentou ter encontrado durante a abordagem, “brinquedos macabros, pintados como se fossem de filmes de terror”.
Segundo Eliane, a investigação trabalha com todas as linhas de investigação, o que inclui rituais com sacrifícios humanos e tráfico de pessoas – crime que demandaria envolvimento de outras pessoas. No entanto, nada foi mencionado até o momento pelos investigadores sobre outros participantes.
Por que voltaram atrás da mesma criança?
Segundo relato da mãe da menina sequestrada à polícia, o casal já tinha tentato uma aproximação com a família. O primeiro contato foi há cerca de 10 dias, quando teriam ido até a rua onde mãe e criança moram e se oferecido para levar a menina para comprar doce. A mãe interveio e não permitiu.
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Depois, os dois teriam entrado em contato com a mãe da menina pelas redes sociais. A polícia informou que a criança faz uso de medicamentos e que a mãe tem situação financeira difícil, e que usa as redes sociais para pedir ajuda.
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Na última sexta-feira, a mãe da menina sequestrada recebeu um contato de uma pessoa que disse que levaria uma cesta básica até a casa dela. Logo depois, foi atacada e teve a filha levada de sua casa.
Por que abordaram outras famílias?
De acordo com a polícia, famílias de Florianópolis, São José e Palhoça reconheceram o casal por imagens divulgadas nas redes sociais. Os relatos dos pais são de que os sequestradores interagiam com os adultos para depois se aproximar dos menores.
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— Diversas famílias estão procurando a polícia dizendo que já tiveram algum contato com o casal. Tem relatos que (os suspeitos) falavam que eram professores, convidavam a criança pra ir à praia. Eles chegavam, tomavam a confiança dos pais pra se aproximar da criança — contou a delegada Eliane Chaves à NSC TV.