Os estudos sobre a Covid-19 ainda estão em andamento. Apesar disso, especialistas apontam que as sequelas da doença acometem 90% dos casos graves, e podem afetar os pacientes durante uma vida toda, dependendo da evolução do paciente.

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Embora a tendência seja essa, cerca de 20% das pessoas com casos leves apresentam sequelas, geralmente em um tempo menor. Especialistas chamam isso de “Covid longa”. Os casos moderados podem apresentar sequelas em 60% das pessoas, geralmente em tempo reduzido, assim como os casos leves. A condição não exclui a possibilidade do paciente desenvolver sequelas graves. 

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A Covid longa e as sequelas da Covid são diferentes, conforme explica a pneumologista e pesquisadora Rosemeri Maurici. Covid longa enquadra pessoas que mantêm sintomas da doença por mais de um ano. Já as sequelas da Covid se apresentam quando o caso evolui para um problema crônico. 

– A Covid não é uma doença exclusiva de um órgão e o tipo de lesão em cada um deles é de natureza fisiopatológica diferente. No caso das sequelas, nos pulmões a gente tem um processo inflamatório que pode evoluir para fibrose, por exemplo. No coração, evolui para miocardite e, em nível cerebral, podemos ver acidentes vasculares. Além dos rins, que podem evoluir para lesão renal – explica.

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A fase aguda da Covid-19, segundo a especialista, dura de 15 a 20 dias. A partir de 30 dias é considerado um quadro prolongado e dois meses após a doença, já é Covid longa, conforme explica Maurici.

As sequelas aparecem em que casos?

As sequelas da Covid ou Covid longa podem acometer todos os níveis da doença, segundo a pneumologista. Em casos assintomáticos ainda não há dados, porém, de acordo com Maurici, provavelmente esses quadros sem sintomas não desenvolvem sequelas. Os estudos ainda estão em andamento, conforme enfatiza a pneumologista.

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Em caso de pessoas do grupo de risco, independente da gravidade da doença, a probabilidade de desenvolver Covid longa ou sequelas, é maior.

As pessoas vacinadas podem desenvolver sequelas se pegarem Covid?

Sim. Porém, em sua maioria, apresentam a Covid longa, já que a repercussão inflamatória é menor, conforme explica Rosemeri.

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Apesar de ser uma doença sistêmica – que acomete todos os órgãos – as sequelas mais comuns, segundo a especialista, acabam sendo as respiratórias, por conta dos pulmões, que são afetados diretamente pela doença. 

Quais os sintomas?

Após a fase aguda, alguns sintomas prolongados como falta de ar, tosse, dificuldade ou fraqueza para realizar exercícios físicos, dores musculares e perda de memória, podem representar Covid longa e vir a evoluir para uma sequela, segundo a pneumologista.

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Importância da vacina

Segundo a pesquisadora e pneumologista, Rosemeri Maurici, a vacina é de extrema importância para que os casos não evoluam. Até o momento, de acordo com a especialista, não se tem como afirmar quais perfis vão desenvolver sequelas ou Covid longa. Por esse motivo, conforme explica, é de extrema importância a prevenção.

– Ainda estamos em estudo, tem pouco tempo para afirmar isso. Os dados são o que temos percebido até então – explica.

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*Sob supervisão de Lucas Paraizo.

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