Cadeiras abandonadas na sacada, luzes acesas e janelas abertas. O cenário da uma dimensão de como ficaram os apartamentos do edifício Moradas do Norte, após moradores deixarem os apartamentos às pressas nesta segunda-feira (15) por conta do risco de colapso na estrutura do local.
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O caso ocorreu durante a tarde, depois de uma das vigas se romper. Segundo Vinicius Pereira da Silva, que trabalha em um estacionamento ao lado do edifício, o estrondo fez com que o local tremesse.
— O pessoal que estava arrumando o prédio estava fazendo barulho o dia inteiro. Do nada, eu escutei um barulho como se tivesse caído no muro e deu uma tremida aqui na guarita onde a gente trabalha. Aí, em questão de segundos, o pessoal que mora aqui no prédio ao lado começou a descer, falando que sentiu o prédio tremer — relata.
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Em questão de segundos, o cenário da rua, que em dias normais transpassa tranquilidade, mudou. Bombeiros, Defesa Civil e dezenas de pessoas se aglomeraram do lado de fora para entender o que estava acontecendo.
— Estavam muito assustados. Uns já pegaram o documento que estava em casa, outros já saíram pegando o carro que estava na garagem e colocando aqui no estacionamento. Estava uma loucura aqui ontem — relembra Vinicius.
A mesma sensação é relatada por Júlia Palhano Barbosa, que trabalha em um pet shop em frente ao prédio:
— Todo mundo estava bem assustado, não estava entendendo nada porque o prédio estava em reforma já há um tempo. Ficaram com medo e ficaram um tempo assim na rua, esperando a situação resolver, principalmente as pessoas de mais idade, porque ninguém estava esperando isso, na verdade.
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Rompimento de viga causou evacuação em prédio na Beira-mar Norte, em Florianópolis
Apesar do risco, não houve interdição do perímetro, como de outros prédios no entorno. Mesmo assim, vizinhos ficaram preocupados com a proporção com que a situação poderia chegar.
— Na verdade, é triste. Você entra, pega o que der pra ser pego. Então, quer dizer, é uma vida que tá ali dentro. Tu tem que escolher o que tu vai pegar e sair correndo do teu apartamento, que tem a tua vida, a tua história. Eu acho que é meio complicado. A gente dormiu, mas dorme preocupado de que possa acontecer alguma coisa — diz Maria Marta Ferreira Lima, moradora do prédio que fica ao lado do edifício.
Veja imagens do prédio evacuado em Florianópolis
Rompimento de viga causou evacuação
O rompimento de uma viga foi o que causou a evacuação do prédio, Conforme Luiz Eduardo Machado, superintendente da Defesa Civil de Florianópolis. Por conta disso, havia o risco do prédio, localizado em frente ao Bolsão da Casan, na esquina entre a Travessa Abílio de Oliveira e a Avenida Jornalista Rubens de Arruda Ramos, colapsar.
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— Teve um elemento bastante importante da estrutura, que era um pilar e algumas vigas que estão completamente comprometidas, [onde] houve um rompimento dessa viga. Ela rompeu completamente e não exerce mais a sua função de absorver esses esforços e dar estabilidade para a edificação […]. O que os técnicos da engenharia nos passaram é que havia um risco, e há um risco ainda iminente de novos colapsos. Eles não entenderam que haveria um tombamento exacerbado por um lado ou outro, mas que poderia, de alguma forma, repuxar ou puxar o prédio — explica.
Prédio na Beira-Mar Norte, em Florianópolis, é esvaziado por risco de queda
O local foi totalmente evacuado nesta segunda-feira. Os moradores, segundo a Defesa Civil, foram para a casa de parentes e hotéis da região. Alguns chegaram a retornar ao local na manhã desta terça-feira para buscar outros pertences. Abalados, preferiram não gravar entrevista.
Agora, uma empresa contratada pelo condomínio trabalha na estabilização da estrutura, que deve durar até sexta-feira. Isso permitirá que os moradores retornem aos apartamentos para retirar pertences. No entanto, para que eles voltem a morar no local, ainda será necessária uma nova etapa, que não tem prazo para ser finalizada.
— Assim que terminar a estabilização emergencial, a gente reavalia e os moradores provavelmente vão poder voltar para tirar os pertences. Mas a liberação integral da edificação só vai acontecer ao final do reforço. Então são duas etapas: o plano de trabalho emergencial de estabilização e, depois, o plano de trabalho de reforço. Ao final desse reforço, com concreto e talvez novos elementos estruturais, que vão ser instalados desde o subsolo, é que vai acontecer a liberação geral por parte da Defesa Civil e o uso regular por parte dos moradores — pontua Machado.
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