O relato frequente de assaltos nos pontos de ônibus em frente à Univali, em Itajaí, espalha medo e vem mudando a rotina dos universitários. Eles receiam sofrer algum tipo de violência na calçada da Avenida Abrahão João Francisco.
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Na quarta-feira da semana passada, a acadêmica do 5º período de relações internacionais, Mariely Linnemann, 19 anos, escapou de um roubo enquanto aguardava o coletivo para ir para casa por volta das 21h30min.
– Estava eu, um menino e mais três meninas no ponto. De repente, chegaram uns cinco meninos de bicicleta, deram a volta olhando para a gente, encostaram as bicicletas e foram para cima de uma das meninas – lembra.
Instintivamente, Mariely saiu correndo junto com as outras duas garotas e o rapaz que também aguardavam na parada.
– À medida que eu corria, ouvia ela (vítima) gritando e dizendo para eles a soltarem, que eles estavam a machucando. Eles agarravam e puxavam o braço dela.
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Após o susto, a estudante conseguiu voltar ao campus. Encontrou um vigilante próximo de uma das entradas e o avisou sobre o crime, e pediu que ele chamasse a polícia.
– A gente fica muito exposto ali (nos pontos de ônibus). Não vou mais às 21h30min para casa. Agora espero dar 22h para ter mais gente ou aguardo o ônibus dentro da Univali.
Depois de ter presenciado o assalto, a jovem relata ficar “apreensiva” sempre que um rosto desconhecido surge na parada de ônibus ou se aproxima dela em uma das entradas da universidade.
Mariely sugere que a Univali disponibilize vigias também para as paradas, para que a volta para casa dos estudantes seja tranquila.
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Medo faz estudantes aguardar ônibus dentro do campus
Os universitários dos cursos da saúde, situados nos últimos blocos do campus, são os que mais se queixam. O ponto no qual eles esperam o ônibus é o mais afastado e também menos iluminado, em frente o bloco F4.
As acadêmicas do 3º período de enfermagem Ediléia Barbosa, 30 anos, e Suelen Teixeira, 19 anos, faziam aguardavam uma carona em frente ao portão da Univali. Com o notebook nos braços, Ediléia contou que nunca foi assaltada, enquanto olhava seguidamente para os lados:
-Sempre que vejo gente estranha , já fico com receio. Uma professora nossa foi assaltada dentro da coordenação já – conta.
Suelen aguarda o ônibus dentro da universidade e só sai quando vê o veículo se aproximando.
– Teve uma menina que foi assaltada neste ponto semestre passado. Pegaram o celular dela e ainda deram um soco.
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Na mesma noite, um grupo de estudantes de fisioterapia ocupava a rampa de acesso ao estacionamento do campus, atrás do muro, à espera do ônibus.
– Quando já é noite sempre esperamos aqui dentro, por medo. Se tem bastante gente ali fora, até dá para ficar – disseram.
Reforço à paisana e na iluminação
O comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar em Itajaí, o tenente-coronel Rogério Teotônio, frisa que os estudantes alvo de assalto ou furto nas imediações da universidade, precisam informar à polícia.
No Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp), quatro roubos foram registrados neste ano em toda a Avenida Abrahão João Francisco. Na Rua Uruguai, foram 17 boletins.
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Diante das queixas de estudantes, Teotônio informa que além do policiamento com quatro motos e uma viatura no entorna da Univali, nos horários de entrada e saída, agora também há policiais à paisana vigiando o local.
Já a Univali afirmou, por meio de nota oficial, que trabalha para atenuar os problemas relativos a roubos ou quaisquer outros transtornos ocasionados à comunicada acadêmica e informa que reforçou a iluminação na Contorno Sul e que vai intensificar a vigilância nos acessos de pedestres à instituição e pontos de ônibus, locais em que se concentram a maior parte dos pedestres.
A universidade antecipa, ainda, que já realiza estudo para acesso restrito ao Campus, apenas com identificação, sem que isso prejudique o atendimento à comunidade.