O desfecho do caso da jovem Mara Tayana Decker é daqueles que mexem com toda a comunidade. De um sumiço que de início poderia ser encarado como um arroubo adolescente, emerge tal tragédia em que uma garota de 19 anos tem sua vida ceifada.

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Não há como ficar indiferente, especialmente em relação à dor dos pais, nem deixar de sentir uma indignação contra a maldade humana. A dor desta família precisa ser também uma preocupação nossa. Infelizmente, este é mais um caso que se soma ao cenário lamentável em que prolifera a sensação de insegurança. Joinville, como de resto toda a comunidade, revelou durante todo o final de semana pelas redes sociais que está chocada ante o bárbaro acontecimento.

Mara saiu para se divertir e não voltou. Nem voltará, vítima da barbárie. Não se trata de mais um homicídio para as estatísticas. Este é daqueles casos com dimensão de tragédia, por tudo o que encerra. O choque chega junto com o alerta para as armadilhas que se escondem na vida fora de casa.

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Chamado a escrever este Ponto de Vista fora de hora, em dia no qual a seção normalmente é escrita pelo José Baço, imediatamente pensei em como tratamos (comunidade e segurança) estes casos. Soube do assunto ao monitorar o AN.com.br na sexta. Lá estava o noticiário de uma jovem que não tinha voltado para casa. Um desaparecimento, que inicialmente poderia ser destes arroubos de juventude, uma aventura, uma ida a casa de outros sem avisar em casa.

No sábado, no ócio da folga, o costume me levou novamente ao site do AN e à surpresa do desfecho ao ver a informação de que Mara fora achada morta. Do sumiço, à tragédia. Da esperança, à consternação.

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O cidadão que lê sobre um desaparecimento pode considerar a hipótese de um arroubo adolescente, de uma aventura, de uma fuga que em breve se resolverá com a volta para casa. A segurança pública não pode trafegar nesta direção. A partir do registro, é preciso diligenciar, colocar todos os mecanismos em alerta, tornar o tema uma urgência, o que requer aparato do qual nem sempre o governo nos dispõe, infelizmente.

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O sádico que pode estar escondido numa esquina ou num bar da moda não deve ter o conforto de agir livremente. É preciso que ele sinta a presença da segurança pública e assim recue.

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A família joinvilense vive momento de dor e intranquilidade. Certamente, espera-se resposta à altura de nossa segurança pública – prendendo o autor deste crime hediondo – e da Justiça. É o que resta. À comunidade em geral, fica o recado de que armadilhas podem estar em qualquer lugar. É preciso atenção na selva urbana em que cada vez mais nos tornamos reféns do medo. Lamentável constatar tal realidade.