A Corregedoria da Polícia Militar concluiu a investigação da ocorrência em que uma mulher teve a perna fraturada em fevereiro após uma discussão com a PM em Mafra, no Planalto Norte de Santa Catarina. Segundo o inquérito da própria corporação, não houve indícios da prática de crime militar na conduta do policial ou indícios de transgressão disciplinar.

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O caso ganhou repercussão em março, quando um vídeo da abordagem policial começou a circular nas redes sociais. As imagens mostram a costureira Silvana de Souza, de 39 anos, recebendo voz de prisão e também o momento em que é derrubada. Neste momento, ela teve a perna quebrada e precisou colocar 13 pinos para corrigir as fraturas.

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A costureira conta que ficou revoltada quando recebeu a notícia do resultado do inquérito. Segundo ela, o policial não precisava a ter jogado no chão, principalmente porque havia outros policiais presentes que poderiam ter a colocado na viatura de outra forma. Silvana esperava que a corregedoria determinasse uma punição para o policial.

– É uma sensação de injustiça. Aconteceu comigo, com várias outras pessoas e vai continuar acontecendo mais quantos casos de policiais batendo em pessoas? E para eles não acontece nada – desabafou.

Após passar por cirurgia, Silvana ficou 30 dias de cama e ainda não consegue caminhar como antes. Ela está sem trabalhar há cinco meses devido à fratura e talvez tenha que passar por uma nova cirurgia em agosto por problemas em um dos ossos que ainda não voltou ao normal.

– O policial está vivendo uma vida normal, trabalha normalmente, enquanto eu tive toda minha vida parada por uma ação irregular da parte dele porque não tinha necessidade de agir com tamanha violência – aponta.

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Silvana após passar por cirurgia na perna
Silvana após passar por cirurgia na perna (Foto: Silas Júnior, NSC TV)

Inquérito entregue ao Ministério Público

O inquérito policial foi encaminhado à Justiça em 22 de junho e o Ministério Público tem até 20 de julho para se manifestar. O promotor pode acatar o pedido de arquivamento, solicitar novas investigações ou denunciar os policiais. Silvana admite que também cometeu um erro porque foi presa por desacato, mas espera que o policial também seja punido por ter errado.

– Eu peço que o Ministério Público não conclua o caso da mesma forma que a corregedoria. Que eles levem em conta que eu saí com uma lesão grave na perna.

A Polícia Militar de Santa Catarina informou que, seguindo orientações da Corregedoria-Geral, está impedida de prestar informações sobre o inquérito policial militar, que é classificado como sigiloso. Os policiais que participaram da abordagem continuam trabalhando.

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