Viver até os 80 anos é um milagre para poucos. Imagina manter uma atividade física periódica. Essa é a rotina do ex-atleta profissional e empresário Agenor Gomes Ferreira, que mantém a vitalidade com um sorriso no rosto e correndo atrás de uma bola três vezes por semana na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), no bairro Coqueiros, em Florianópolis. Ele tem a companhia de Jacir Cocato, 74 anos, que tem o papel de defender os chutes.

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Mesmo contrariando todas as probabilidades, eles têm energia de sobra e são exemplos de superação na melhor idade. Agenor é natural de Porto Alegre (RS), onde foi bicampeão amador na década de 50 pelo Itapeva. Também passou pelos extintos Nacional e Veronese, onde foi profissionalizado.

— Vim para Santa Catarina jogar pelo Vasto Verde, de Blumenau. Passei pelo Marcílio Dias e fui por duas vezes vice-campeão Catarinense. Encerrei a minha carreira de atleta no Cruzeiro Atlético Clube, de Joaçaba — contou o lateral e meia.

No Cruzeiro, Agenor também ocupou a função de treinador. Na sequência, ele foi árbitro da Federação Catarinense de Futebol (FCF) durante três anos.

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— Como empresário tive churrascaria na Bahia por dois anos e uma imobiliário no Rio de Janeiro. Conheço quase todo o Brasil e nunca parei de jogar bola. Da minha época do Marcílio Dias, apenas dois amigos ainda estão vivos — observou.

Agenor revela que não toma medicamentos e somente faz uma avaliação anual com o seu médico. O segredo para tanta energia ele faz questão de revelar.

— Há 15 anos tive uma namorada que vendia suplementos alimentares e comecei a tomar. Desde então, sempre estou de bem com a vida — explicou.

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Nascido em 20 de janeiro de 1936, Agenor não pensa em pendurar as chuteiras e enfrenta “garotos” de 41 anos.

Ferramenteiro é a muralha da terceira idade

O aposentado Jacir Cocato é mais um exemplo de jovialidade. Sempre bem humorado, ele trabalhou a vida inteira como ferramenteiro no interior de São Paulo. No horário inverso ao trabalho, ele treinava em equipes amadoras e profissionais. O goleiro disputou campeonatos paulistas da Segunda Divisão e treinou durante uma temporada na Ponte Preta, de Campinas (SP).

— Jogo bola desde os 14 anos e a única coisa que me incomoda é uma cirurgia que fiz no joelho em 1975. Também não tomo remédios e volto ao médico anualmente — afirmou.

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Jacir veio para a Grande Florianópolis atrás de um filho, que jogava vôlei na Intelbras, Unisul e Cimed.

Não fumam e bebem socialmente

Mais do que a paixão pelo futebol, Agenor e Jacir têm mais algumas coisas em comum. Para chegar aos 80 e 74 anos, respectivamente, eles não fumam e bebem socialmente.

— Durante toda a minha vida devo ter bebido apenas cinco engradados de cerveja. E saiba que eu gosto de sair para dançar. Cigarro nem pensar — revelou Agenor.

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Avaliação periódica e cuidado com o batimento cardíaco

O professor do Grupo de Estudo da Terceira Idade (Geti), da Udesc, e médico geriatra Sérgio Parucker confirma que é uma raridade ter alguém jogando futebol aos 80 anos. Na opinião do especialista, o normal é encontrar senhores batendo uma bolinha dos 50 aos 70 anos.

— As pessoas que sempre praticaram esporte ou foram atletas profissionais têm mais chances de se manterem em atividade. O importante é ter uma avaliação periódica e cuidar do batimento cardíaco, para que não haja um esforço além do limite — esclareceu.

O médico informa que o fato de não fumar contribuiu para uma longevidade, porque evita uma série de doenças, mas não é determinante. Ele aponta vários outros fatores como, por exemplo, a genética.

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