Após seis meses de sessões remotas por causa da Covid-19, senadores voltaram nesta segunda-feira (21) a Brasília para atividades presenciais. Como medida de segurança estrearam um sistema drive-thru de votação. De dentro de carros, os congressistas evitaram aglomerações em plenário de uma comissão. Eles digitaram seus votos em dois totens instalados no estacionamento do Senado.

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Parte dos senadores, porém, pôde votar em plenário. Duas cabines foram instaladas para registrar as decisões dos parlamentares. As atividades foram retomadas em razão da necessidade de votação presencial e secreta para escolha de embaixadores. Apesar dos cuidados de higienização tomados pela Casa, o medo de contágio pelo novo coronavírus foi presença constante entre os senadores.

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As votações secretas, como a de escolha de embaixadores e votações de PECs (propostas de emenda à Constituição), serão criptografadas, e feitas por meio de biometria. Somente nesses casos os senadores irão votar de forma presencial enquanto durarem as sessões remotas. Ainda não há previsão para a retomada presencial total dos trabalhos.

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Durante a sessão, nenhum dos parlamentares descuidou do uso do álcool. O produto estava nas mesas e nos bolsos dos ternos. Os cumprimentos foram apenas com os cotovelos ou um aceno distante. — Eu sei que não posso estar absolutamente seguro, mas, se eu tomar os cuidados, fico com a consciência tranquila — disse o senador Esperidião Amin (PP-SC). 

Desde o início das votações remotas, ele não comparecia em Brasília. Amin foi um dos congressistas que optou por votar no plenário onde ocorria a reunião. Por lá, foram colocados tubos de álcool em gel em todas as mesas. As cadeiras foram identificadas com adesivos na cor verde e laranja para que fosse mantida a distância. Os senadores só podiam sentar nas cadeiras que estavam com adesivo verde.

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A presença de servidores também foi limitada, o que transformou os corredores do Senado em um ambiente esvaziado, bem diferente do que tradicionalmente acontecia nas sessões antes da pandemia. O uso da máscara foi obrigatório em todos os locais do Senado. Alguns congressistas aproveitaram o item para manifestar posições políticas. Um deles foi o líder do PSL, senador Major Olímpio (SP), que usou uma máscara em defesa da Operação Lava Jato.

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— Dá uma tristeza ver esses corredores vazios. E sei que após esta semana de votação presencial não teremos data para voltar as sessões presenciais — disse o senador. Para ele, o medo que cerca a volta presencial à Casa deve dificultar o retorno dos trabalhos. — Ouso dizer que não voltaremos mais neste ano — afirmou.

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De acordo com o Senado, os totens de votação foram instalados sem custo extra para a Casa, uma vez que já eram usados em comissões. A adaptação dos móveis foi feita pela equipe de marcenaria. — Este novo sistema, sem dúvida, vai gerar economia para o Senado e também para o Itamaraty, já que permite que os indicados não precisem estar presentes aqui no Senado para a sabatina — disse o senador Nelson Trad (PSD-MS), presidente do colegiado.

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Dos 20 senadores que integram a CRE, apenas 2 titulares não compareceram: Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Ciro Nogueira (PP-PI). Os suplentes dos parlamentares, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO), também não compareceram.

Ao todo, os congressistas votaram 32 nomes, que ainda precisam ser aprovados pelo plenário, o que deve ocorrer até quinta-feira (24). A reunião da CRE começou por volta das 8h. Para evitar aglomerações, a apresentação dos relatórios e votação dos nomes pelos senadores foi dividida em três etapas – uma de manhã, outra à tarde e a última à noite. As ausências não prejudicaram as votações. Para que os indicados fossem aprovados, eram necessários dez votos.

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Na primeira etapa, 11 nomes foram aprovados. Todos os indicados na primeira etapa participaram de forma remota. Apenas 6 dos 32 diplomatas foram ao Senado. Nesta terça-feira (22), é a vez dos integrantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado se reunirem. Os congressistas votam a indicação de Maria Thereza de Assis Moura para o cargo de corregedora-geral do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Também será votada a indicação do almirante de esquadra Leonardo Puntel para o STM (Superior Tribunal Militar).