Dois dos três senadores catarinenses apoiaram as declarações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que participou nesta quarta-feira (19) de uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

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Jorginho Mello (PL) e Esperidião Amin (PP) defenderam a atuação de toda a equipe que participa da Operação Lava-Jato, que desvendou um esquema de corrupção envolvendo agentes públicos, com atuação especial na Petrobras. A assessoria do senador Dário Berger informou que o parlamentar participou apenas de parte da audiência e que, por isso, não iria se manifestar a respeito.

A audiência na CCJ começou às 9h18min e seguiu praticamente sem pausas até as 17h50min. Durante todo o dia, o ministro foi questionado sobre as divulgações de conversas atribuídas a ele e a membros da força-tarefa da Lava-Jato, do Ministério Público Federal (MPF), no período em que o ministro era o titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Jorginho Mello, que é vice-presidente da CCJ, destacou o trabalho da comissão e avaliou que foi um depoimento "bom". Para ele, os elogios que alguns colegas fizeram à atuação do site The Intercept, que está divulgando os conteúdos, são de pessoas que possuem algum conhecido condenado pela Lava-Jato.

— Eu pessoalmente acho que o serviço que foi feito [na Lava-Jato] pelo Brasil mudou a forma de julgar. O Brasil é outro. Se a Lava-Jato é um patrimônio do Brasil, é graças ao Moro. Não quer dizer que não tenha outros juízes que trabalhem, que julguem rápido. É que ele conseguiu se destacar — afirmou, defendendo ainda que o Congresso vote o projeto anticrime apresentado pelo ministro.

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Amin foi o único catarinense que fez uma pergunta ao ministro. Durante o pronunciamento, ele disse aos colegas que, independente das divergências partidárias, o que estava em discussão era a segurança dos dados de usuários de internet em todo o Brasil. Para o senador, o mundo vive uma "guerra cibernética" e o país não pode deixar de se posicionar a respeito.

Para o pepista, eventuais excessos dos investigadores da Lava-Jato devem ser apurados, mas isso não reduziria a importância da suposta guerra cibernética. Amin também defendeu a tese de que a invasão dos aparelhos celulares que permitiu a divulgação das mensagens foi obra de alguma empresa de espionagem.

— Foi uma agência, uma empresa, contratada com um objetivo. Tanto é que ela só grampeou um lado. Será que ela grampeou universalmente os pesquisados pela Lava-Jato ou pesquisadores também? Não. Foi só um lado — disse.