O Senado argentino aprovou na noite desta quarta-feira o projeto de lei que reestatiza a companhia aérea Aerolíneas Argentinas. O projeto foi aprovado por 46 votos contra 21. Assim, o Estado ficará com as ações da companhia que pertencem atualmente ao grupo espanhol Marsans. O projeto de lei já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 22 de agosto.
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A Aerolíneas é um emblema da aviação civil no país. Fundada em 1950, é a maior empresa aérea da Argentina. Junto com sua subsidiária Austral, é responsável por 83% dos vôos internos e 52% das viagens internacionais. Dos 67 aviões que possui – com idade média de 20 anos – somente 24 estão em condições de voar.
Privatização
Em 1990, durante o governo do então presidente Carlos Menem, a Aerolíneas foi privatizada, passando às mãos da estatal espanhola Iberia. Mas, a meados dos anos 90, a Iberia entrou em graves problemas financeiros.
A empresa espanhola conseguiu seduzir a American Airlines para participar do controle da Aerolíneas em 1998, mas a empresa americana não conseguiu colaborar no funcionamento da companhia e saiu da operação. Em 2001, a empresa espanhola privada Marsans assumiu o controle da Aerolíneas.
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No entanto, nas mãos da Marsans, a Aerolíneas aprofundou a crise que a assolava. Desde a virada do século a companhia foi assolada por constantes greves de funcionários, equipamento em mau estado e problemas financeiros. Os cancelamentos de seus vôos foram uma constante.
Quatro estatais
Com a reestatização da Aerolíneas e sua subsidiária Austral (dedicada aos vôos domésticos), o Estado argentino se tornará proprietário de quatro empresas aéreas, um caso inédito no continente.
O governo argentino já administra a Linhas Aéreas do Estado (Lade), uma companhia com uma velha frota (seus aparelhos são principalmente Twin Otters, F27, F28 e Boeings 707) cujos vôos concentram-se no Sul do país, especialmente a pequenas cidades. A Lade foi criada em 1940 e está vinculada à Força Aérea.
A Lafsa foi criada em 2003, quando o país estava recuperando-se da crise de 2001-2002. O motivo de sua fundação foi o de absorver os trabalhadores das empresas aéreas Lapa e Dinar, que haviam falido.
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No entanto, embora conte com uma estrutura de funcionários e verbas federais, nunca teve um único avião, nem jamais operou. Com informações do site G1.