O senadores aprovaram por 55 votos a 22 a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT), em votação concluída às 6h34min desta quinta-feira. Agora, o rito prevê que Dilma seja notificada da decisão — o que deve ocorrer ainda nesta manhã — e afastada por até 180 dias, prazo no qual o processo será aberto e analisado pelo Senado. Neste período, o vice Michel Temer (PMDB) assume como presidente interino.
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Era necessário haver maioria simples de votos para a abertura do processo no Senado. A sessão iniciou na manhã de quarta-feira, quando senadores começaram a se alternar no microfone do plenário para indicar e justificar sua posição. Cada um teve até 15 minutos para discursar, o que levou o procedimento madrugada adentro.
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A sessão foi marcada por discursos fortes. Entre os defensores do impeachment, prevalecia as queixas a erros da presidente na área econômica e citações às investigações de corrupção.
— Um governo que promove mudanças consegue apoio popular, e um governo que tem apoio popular tem apoio do Congresso. Porque o Congresso não rema contra a opinião pública — afirmou o senador Álvaro Dias (PV-PR).
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Os defensores do mandato de Dilma batiam na tecla da desordem constitucional e no desrespeito à democracia com o processo de impeachment.
— Estamos vivendo um momento crítico. Um senador foi preso, há pouco tempo, sem autorização do Congresso. O presidente da Câmara foi afastado outro dia sem que a Câmara tivesse sido ouvida — disse Jorge Viana (PT-AC).
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A Câmara já havia aprovado o prosseguimento do impeachment no dia 17 de abril. A próxima etapa do processo que analisa as pedaladas fiscais e créditos orçamentários sem autorização prevê a apresentação dos argumentos de acusação e defesa à mesma comissão do Senado que deu parecer favorável, no dia 6 de maio, ao avanço do impeachment. Caso seja novamente favorável, o parecer vai à votação no plenário, em que será preciso maioria simples para dar prosseguimento.
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A última etapa será a sessão de julgamento, em que o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, comanda os trabalhos no Senado. É preciso que dois terços dos senadores (mais de 54 votos) votem pelo afastamento definitivo de Dilma Rousseff. Neste caso, Michel Temer assume como presidente até o final do mandato, em 2018.